Anota��es apreendidas pela Pol�cia Federal na casa do presidente da OAS, Jos� Aldem�rio Pinheiro Filho, o L�o Pinheiro, preso pela Pol�cia Federal, listam advogados e dirigentes de �rg�os de controle com influ�ncia em processos relacionados � Opera��o Lava Jato. Para a PF, a empreiteira tra�ava um plano para fazer lobby com essas autoridades, numa estrat�gia para anular investiga��es sobre o esquema de cartel e corrup��o da Petrobras.
Asfor Rocha, que hoje atua como advogado, disse que, dias antes da opera��o, a OAS o convidou para fazer sua defesa na Lava Jato. Ele informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que declinou do convite porque seu escrit�rio "n�o tem especializa��o criminal". Aposentado no STJ em setembro de 2012, o ex-ministro, por�m, n�o pode advogar formalmente na corte, pois a Constitui��o determina uma quarentena de tr�s anos.
As defesas de executivos da OAS e de outros r�us da Lava Jato questionam no STJ e no Supremo Tribunal Federal (STF) a compet�ncia da Justi�a Federal no Paran� para julgar os processos. O argumento � que as investiga��es, no in�cio, tratavam de lavagem de dinheiro praticada pelo ent�o deputado Jos� Janene (PP-PR), quando ele ainda exercia o mandato e, por isso, tinha foro privilegiado no Supremo. Ex-l�der do PP, Janene morreu em 2010. Outra alega��o � que os processos relacionados � Petrobras devem ser apreciados pela Justi�a Estadual.
Nas mesmas anota��es apreendidas pela PF, constam as iniciais "SIG, entre as inscri��es "STF" e "interlocutor". Para os investigadores, a sigla � uma refer�ncia ao advogado e ex-deputado federal petista Sigmaringa Seixas. SIG, como � conhecido o advogado, atua no Supremo Tribunal Federal (STF) e tem tr�nsito entre os ministros da corte.
Procurado, Seixas disse que � advogado da OAS no STJ em processo sem rela��o com a Lava Jato. Ele alegou conhecer L�o Pinheiro apenas vagamente. "N�o fui procurado. N�o sei o porqu� de meu nome estar l� (nas anota��es). Fico at� curioso em saber."
Ao lado da inscri��o "Cade" foi anotado o nome Vin�cius. O conselho � presidido pelo advogado e ex-assessor do PT na Assembleia de S�o Paulo Vin�cius Carvalho. O �rg�o apura se as empreiteiras citadas na Lava Jato praticaram "crimes contra a concorr�ncia". Se condenadas, elas podem pagar multa de at� 20% do faturamento bruto. Al�m disso, os administradores das empresas podem ser obrigados a pagar de R$ 50 mil a R$ 2 bilh�es.
Por meio de sua assessoria, Carvalho disse que n�o conhece o presidente da OAS e que nunca teve agenda com ele.
No manuscrito, h� tamb�m o registro "TCU" (Tribunal de Contas da Uni�o), ligado por uma seta ao nome "Aroldo". A corte de contas, com sede em Bras�lia, � presidida pelo ministro Aroldo Cedraz, que tomou posse no �ltimo dia 1º de janeiro, ap�s dois anos no cargo de vice-presidente. A OAS atua em grandes obras da Petrobras, investigadas pelo tribunal por suspeita de superfaturamento.
Cedraz informou, em nota, n�o ter sido procurado por Jos� Aldem�rio e que n�o o recebeu em audi�ncia.
Os executivos da OAS respondem a a��o penal na Justi�a Federal por desvio de recursos de obras da Petrobras entre 2006 e 2014. Conforme a den�ncia do Minist�rio P�blico Federal, em troca de contratos superfaturados, a empresa teria pago propina para corromper os ent�o diretores da estatal Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Servi�os).
A Procuradoria da Rep�blica no Paran� pleiteia o ressarcimento de R$ 213 milh�es aos cofres p�blicos, supostamente desviados por meio das obras. A OAS atuou em cons�rcio nas refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Get�lio Vargas, no Paran�.