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Estado de Minas

Brasil e It�lia j� negociam destino de Pizzolato

O governo italiano ter� a �ltima palavra no caso e deve anunciar seu parecer em 45 dias, a contar do an�ncio da senten�a da extradi��o na quinta-feira (12)


postado em 13/02/2015 12:19 / atualizado em 13/02/2015 12:30

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato (c) é conduzido por policiais da cidade de Modena, na Italia(foto: Alexandro Auler/ Estadão Conteúdo)
O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato (c) � conduzido por policiais da cidade de Modena, na Italia (foto: Alexandro Auler/ Estad�o Conte�do)

Modena - Os governos do Brasil e da It�lia j� v�m fazendo reuni�es para tratar do destino do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado por envolvimento no mensal�o, e, em Roma, ningu�m esconde que a decis�o sobre a extradi��o ser� tomada com base em interesses pol�ticos. Fontes do governo do primeiro-ministro Mateo Renzi confirmaram � reportagem que, antes mesmo de a Corte de Cassa��o dar o sinal verde para a extradi��o do brasileiro, os dois governos multiplicaram os encontros para tratar do tema.

Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de pris�o. Mas, h� um ano e cinco meses, fugiu do Pa�s com um passaporte falso e declarou que confiava que a Justi�a italiana n�o faria um processo pol�tico contra ele, como acusa a Justi�a brasileira de ter realizado. Em primeira inst�ncia, a Corte de Bolonha negou sua extradi��o argumentando que as pris�es brasileiras n�o t�m condi��es de receb�-lo. Nessa quinta, por�m, a Corte de Cassa��o reverteu a decis�o, autorizou a extradi��o e mandou prender Pizzolato.

Agora, � o governo italiano quem ter� a �ltima palavra no caso e deve anunciar seu parecer em 45 dias. Mas Roma, que j� havia se preparado para a decis�o favor�vel da Corte pela extradi��o, examinou a devolu��o do condenado com o Brasil � luz da rela��o entre os dois pa�ses e levando em considera��o diversos pontos de interesse, inclusive a situa��o de Cesare Battisti, ex-ativista italiano que ganhou asilo no Pa�s.

A It�lia espera que uma eventual entrega de Pizzolato significar� a abertura de importantes espa�os para os neg�cios e os interesses pol�ticos do pa�s.

Reuni�es de representantes de Bras�lia foram realizadas em diversos minist�rios italianos, principalmente na chancelaria e no Minist�rio da Justi�a. Os encontros, segundo fontes italianas, serviram para que a posi��o de cada um fosse escutada e para que o Brasil tivesse a ocasi�o de explicar o motivo pelo qual acredita que Pizzolato deve voltar.

O Brasil considera haver dois cen�rios poss�veis: se a It�lia optar por privilegiar as rela��es bilaterais, vai sair em defesa da extradi��o. Se o governo seguir a norma de que n�o extradita italianos, Pizzolato ficar� no Pa�s. Funcion�rios de alto escal�o do governo de Renzi j� teriam indicado que existe uma tend�ncia dentro do Minist�rio da Justi�a de privilegiar a primeira op��o.

Mas, segundo fontes do governo italiano, Orlando n�o vai agir sozinho e o destino de Pizzolato ser� "uma decis�o de Estado". Nas �ltimas semanas, diversos minist�rios se reuniram e o caso chegou at� a presid�ncia do pa�s para um parecer.

O Minist�rio da Justi�a da It�lia reconhece que o caso n�o ser� uma "decis�o individual". Do com�rcio de fragatas ao setor de telecomunica��es, investimentos e prote��o de interesses italianos, diplomatas italianos admitem que a pauta colocada sobre a mesa por Roma � extensa.

Contactada, a embaixada do Brasil em Roma se recusou a fazer qualquer tipo de coment�rio oficial sobre o assunto.

As conversas n�o se limitam ao Executivo. No Parlamento Italiano, o tema tamb�m � alvo de reuni�es. "Essa � a hora do lobby", declarou a deputada brasileira no Parlamento Italiano, Renata Bueno. "A It�lia vai ser coerente com sua postura", insistiu. Ela tem distribu�do documentos e informa��es a diversos minist�rios e parlamentares para defender a extradi��o de Pizzolato. Na semana que vem, tentar� falar com o pr�prio primeiro-ministro, Mateo Renzi, sobre o caso.

Battisti

Fontes na It�lia e no Brasil, no entanto, tamb�m reconhecem que, a partir de agora, entra em jogo a decis�o do ex-ministro da Justi�a, Tarso Genro de n�o extraditar Cesare Battisti, em 2010, condenado na It�lia por assassinato. Eduardo Pelella, chefe de gabinete da Procuradoria-Geral da Rep�blica, reconhece que o caso Battisti "pode" pesar.

Do lado italiano, sempre na condi��o de anonimato, representantes de Renzi indicaram � reportagem que "n�o tem como ignorar" a decis�o brasileira sobre Battisti.

Fam�lias das v�timas do terrorismo na It�lia j� se mobilizam para fazer o lobby pela "troca" e tem destacado que Pizzolato pode ser uma "oportunidade" para tirar o Brasil de uma posi��o de imobilismo.


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