O doleiro Alberto Youssef movimentou cerca de R$ 28 milh�es do que chamou de "caixa 2" da empreiteira OAS entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014. Em sua dela��o premiada, Youssef afirmou que esses recursos foram movimentados � parte do esquema de desvios na Petrobras. A quantia registrada consta de planilha apreendida na s�tima etapa da opera��o, realizada em novembro do ano passado, quando foram presos executivos de construtoras acusadas de integrar um cartel que atuava na estatal.
Na planilha apreendida est�o indicados valores, datas e os locais para onde o doleiro enviava ou at� mesmo buscava dinheiro em esp�cie.
Em seu depoimento, Youssef explica que os valores entre par�nteses na planilha indicam a "sa�da" de dinheiro da contabilidade paralela, isto �, a entrega de dinheiro em esp�cie, e os demais valores indicam a entrada de receita. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, considerando apenas os valores de entrada, mostra que a contabilidade paralela da OAS operada pelo doleiro recebeu durante todo ano de 2013 e at� 15 de janeiro de 2014, R$ 28 milh�es, dos quais ao menos R$ 23 milh�es “sa�ram”, ou seja foram entregues em diferentes regi�es do Pa�s.
“Vista da referida planilha, esclarece que pode identificar valores entregues na sede da OAS, o que � representado pela sigla ‘SP’; que a sigla RJ representa valores entregues pelo policial Jayme ‘Careca’ (Jayme Alves de Oliveira, um dos 'mulas' do doleiro e tamb�m r�u na Lava Jato) junto a sede da empresa na capital fluminense”, detalha Youssef em sua dela��o.
Ainda segundo o delator, “a sigla POA refere-se a entrega de valores junto ao est�dio do Gr�mio Futebol Porto Alegrense onde a OAS mantinha um escrit�rio e onde entregou R$ 66.000 e R$ 500.000". A sigla, que aparece v�rias vezes na planilha, tamb�m faz refer�ncia a um “endere�o residencial”, segundo o doleiro.
Youssef confirmou que seus carregadores de dinheiro tamb�m fizeram entregas em Minas Gerais, Salvador (BA), Macei� (AL), Natal (RN) e Recife (PE). O delator explicou que “dentre os locais de entrega existiam endere�os de destinat�rios desses recursos, e n�o de sedes da OAS”.
O doleiro explicou em sua dela��o que a planilha foi elaborada por “Jos� Ricardo, diretor ou gerente da empresa OAS ligado a �rea financeira e a fim de estabelecer um controle sobre os recursos movimentados pelo declarante”. O executivo da OAS Jos� Ricardo Nogueira Breghirolli foi preso na Lava Jato e � r�u na a��o penal contra ele e outros cinco dirigentes da empreiteira. Procurada, a OAS afirmou por meio de nota que “nega veementemente” as acusa��es de Youssef.
Opera��o
Na dela��o Youssef tamb�m explica como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro no exterior que permitia a ele trazer os recursos ao Brasil. Ele admite que operava valores para OAS e outras empresas utilizando as contas da companhia Santa Tereza Services no banco su��o PKB, que ficam em nome de Jo�o Proc�pio, operador de contas de Youssef e r�u na Lava Jato.
Por meio dessa conta, Youssef repassava a quantia para contas de outros operadores, como Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro do doleiro, que traziam o dinheiro de forma il�cita ao Brasil para que Youssef distribu�sse nos endere�os indicados pela OAS. O doleiro afirmou ainda que cobrava 3% do valor dos dep�sitos para trazer o dinheiro ao Brasil e entregar “em quaisquer lugares que fossem determinados pela empreiteira”, no Pa�s.