Bras�lia – O doleiro Alberto Youssef afirmou em dela��o premiada que o Pal�cio do Planalto era o respons�vel final pela escolha dos diretores da Petrobras quando surgiam diverg�ncias entre os partidos pol�ticos em torno da indica��o de nomes para os cargos e que a chefia da Petrobras e o Planalto sabiam do esquema de corrup��o. A �ntegra do depoimento foi inclu�da nos autos da Opera��o Lava- Jato, que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), e v�rios trechos vazaram ontem. “Eram comuns as disputas de poder entre partidos relacionadas � distribui��o de cargos no �mbito da Petrobras e que essas discuss�es eram finalmente levadas ao Pal�cio do Planalto para solu��o; (Yousseff) reafirma que o alto escal�o do governo tinha conhecimento”, diz trecho do depoimento dado em 3 de outubro do ano passado.
No mesmo depoimento, quando indagado diretamente sobre a participa��o da ex-presidente da Petrobras Gra�a Foster, o doleiro Alberto Youssef n�o foi assertivo. “O declarante esclarece acreditar que a mesma soubesse da estrutura de repasses das construtoras para partidos, mas n�o pode afirmar”. “Entretanto, a pr�tica da indica��o de cargos pol�ticos visando pagamentos � rotineira e ocorre em todos os casos.” Youssef, por�m, n�o forneceu provas documentais sobre o suposto grau de conhecimento de cada um dos citados acerca do esquema na Petrobras. O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, decidiu n�o investigar Dilma, afirmando estar impossibilitado pela Constitui��o.
Em nota divulgada na sexta-feira passada, o PT defendeu os governos Lula e Dilma e afirmou ter convic��o “de que todos os acusados devem ter direito ao contradit�rio, � ampla defesa e ao devido processo legal. E, ao final de eventual processo, caso seja comprovada a culpa de qualquer filiado ao PT, ser�o aplicadas puni��es previstas no Estatuto”.
Neg�cio suspeito O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, relatou, em depoimento, uma opera��o considerada “suspeita” na qual o ex-presidente da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli autorizou a compra de uma refinaria em 2007. Naquele ano, a Petrobras pagou R$ 2,7 bilh�es pela empresa petroqu�mica Suzano. O ex-diretor da Petrobras revelou � for�a-tarefa da Lava-Jato que o valor desembolsado ficou “em um patamar bem superior ao m�nimo fixado no ’range’, face a uma decis�o unilateral do ent�o presidente S�rgio Gabrielli”. O ex-presidente n�o repassou aos diretores, segundo Costa, “maiores detalhes” sobre o neg�cio.
De acordo com o ex-diretor, a Ger�ncia Executiva de Novos Neg�cios e “os bancos que assessoravam a Petrobras na negocia��o” haviam estabelecido um ‘range’, que representaria os limites m�ximo e m�nimo de precifica��o da petroqu�mica. A decis�o que levantou as suspeitas, segundo o delator, foi comunicada por Gabrielli aos outros diretores da estatal do petr�leo “em uma reuni�o de car�ter interno da Petrobras na cidade de S�o Paulo, convocada especificamente para tratar da aquisi��o”. Depois, a mesma decis�o foi “referendada pela diretoria (em uma reuni�o de cunho formal) e pelo Conselho da Petrobras”.
Em outro depoimento, Costa tamb�m afirmou que o ent�o chefe de gabinete de Gabrielli, Armando Tripodi, concordou que uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) rec�m-criada no Congresso, em 2010, “deveria ser barrada”. O ex-diretor contou ter se reunido com o ent�o deputado federal S�rgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB, falecido em 2014, e o deputado federal Dudu da Fonte (PP-PE) para discutir “como barrar a CPI para investigar” a Petrobras. Segundo Costa, conforme o resumo do depoimento feito pelo Minist�rio P�blico Federal, “o PSDB queria compensa��o de R$ 10 milh�es para barrar a CPI”.
O ex-diretor ent�o procurou um executivo da Queiroz Galv�o, Ildefonso Colares Filho, que depois lhe teria informado que “fez o repasse em favor de Guerra, sem dizer como isso teria sido feito ou quem recebeu o valor”. “Os R$ 10 milh�es foram ’debitados’ dos recursos a serem recebidos pelo PP