
Bras�lia – O PSOL e o PPS protocolaram ontem requerimentos para que a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras convoque para prestar esclarecimentos todos os parlamentares que tiveram inqu�rito aberto no STF. Entre os nomes que podem ser convocados para depor na comiss�o est�o os presidentes da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os requerimentos devem ser votados na quinta-feira, quando acontece uma reuni�o de trabalho da CPI. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que pedir� o afastamento de todos os mencionados nos inqu�ritos do Supremo de posi��es de comando na Casa ou de assentos no Conselho de �tica e da CPI da Petrobras.
“Todos aqueles que exercem cargos de mando devem se afastar dos cargos imediatamente em nome da �tica, da transpar�ncia e da isen��o”, afirmou Valente. O PSOL vai apresentar nos pr�ximos dias um projeto que altera o regimento interno da C�mara para obrigar o afastamento autom�tico de cargo na Mesa Diretora, presid�ncia de comiss�es ou posi��es no Conselho de �tica. O PSOL quer ouvir os 34 parlamentares mencionados na lista do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e tamb�m o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto. J� o PPS apresentou pedido para ouvir todos os investigados.A ideia foi discutida pelos deputados do PSOL na semana passada e o texto final ficou pronto ontem. Para entrar na fila de vota��o, o projeto de resolu��o depende da assinatura do l�der da bancada, deputado Chico Alencar (RJ). Apesar de a resolu��o requerer apenas aprova��o por maioria simples para entrar em vigor, o texto tem que ser colocado em pauta pelo presidente da C�mara – no caso, Cunha, que seria diretamente prejudicado. Por isso, a vota��o da resolu��o � pouco prov�vel, como admitiu Valente � reportagem. “A gente sabe que tem esse elemento que dificulta a vota��o, mas tem que tentar. Vamos pressionar o presidente para que a resolu��o seja colocada em pauta”, afirmou.
Sem constrangimento
Em entrevista coletiva ontem, quando participou de um almo�o com empres�rios, no Rio de Janeiro, Eduardo Cunha afirmou que n�o ficar� constrangido em exercer a presid�ncia da Casa e voltou a negar participa��o no esquema de desvio de recursos da Petrobras para pagamento de propinas a pol�ticos e ex-executivos da estatal. “N�o tenho a menor d�vida de que terei facilidade de desmascarar cada coisa em rela��o a isso com toda serenidade”, afirmou em almo�o com empres�rio na Associa��o Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Cunha tamb�m falou da rela��o do seu partido com o PT. Segundo ele, � pouco prov�vel a manuten��o da alian�a com o PT nas elei��es presidenciais de 2018. “Dificilmente o PMDB vai marchar em 2018 com a mesma alian�a em que est� hoje. Est� chegando o momento em que as diverg�ncias s�o maiores que as converg�ncias”, afirmou, voltando a acusar o governo de interfer�ncia na elabora��o da lista enviada pelo procurador-geral da Rep�blica. “N�o estou satisfeito com a interfer�ncia do governo. Quem tem que combater a corrup��o � o governo. A corrup��o � do governo e da Petrobras”, disse, acrescentando que h� uma tentativa de dividir o �nus de uma crise do governo.
Para o presidente da C�mara, o comportamento do governo nos pedidos de investiga��o “compromete confiabilidade”. O deputado tamb�m voltou a criticar a lista elaborada pelo procurador-geral da Rep�blica. “A peti��o do Janot � uma piada, o procurador escolheu a quem investigar. Houve incoer�ncia, com dois pesos e duas medidas”, disse. Cunha comentou o panela�o e as manifesta��es contra a presidente Dilma Rousseff, que ocorreram domingo durante o pronunciamento oficial em defesa do ajuste fiscal. O deputado rejeitou a tese de que o movimento foi orquestrado pela oposi��o e considerou um “sinal de alerta” da insatisfa��o de parcela da sociedade. “Precisamos ter consci�ncia do papel que temos que desempenhar para dar um sinal de tranquilidade para os investidores e o mercado. Se n�o fizermos isso, vamos aprofundar a crise econ�mica”.