Paulo de Tarso Lyra
Bras�lia – O Pal�cio do Planalto e os aliados da presidente Dilma Rousseff aguardam com ansiedade e um certo temor as manifesta��es programadas para hoje. Internamente, nas reuni�es do conselho pol�tico – formado pelos ministros mais pr�ximos � presidente Dilma Rousseff e que foi ampliado ao longo da semana – uma terapia para acalmar os �nimos � repetir, como um mantra, que todos os governantes viveram momentos dif�ceis. “O que precisamos � de calma e evitar que o caldo entorne ap�s este domingo”, disse um interlocutor ministerial.
A avalia��o de Teixeira, contudo, inclui tamb�m um mea-culpa em rela��o ao PT e ao Planalto. “Precisamos ouvir mais o que as ruas t�m a nos dizer, com humildade. E saber interpretar as mensagens que vir�o da popula��o. E, a partir da�, agir mais como bombeiros do que como incendi�rios para desanuviar o ambiente pol�tico brasileiro”, defendeu ele.
Embora o discurso pol�tico de enfrentamento esteja presente em diversas interven��es – como as palavras infelizes do presidente do PT fluminense, Washington Quaqu�, defendendo a “porrada” contra os advers�rios do governo –, internamente a an�lise � de que o momento n�o � f�cil. “O governo perdeu a confiabilidade da popula��o. Tem gente que vai hoje �s ruas para se manifestar e n�o teve qualquer mudan�a na pr�pria vida. Mas conhece algu�m que perdeu o emprego ou algu�m que protesta contra a corrup��o. E vai na onda”, disse um petista.
Humildade Outro integrante da Executiva Nacional do PT afirma ser fundamental que a presidente Dilma e seus ministros mais pr�ximos calcem as sand�lias de S�o Francisco e passem a adotar uma postura mais humilde. Os petistas t�m reclamado muito da falta de di�logo com a presidente e com o centralismo decis�rio nas m�os do chefe da Casa Civil, ministro Aloizio Mercadante. “Mas n�o d� para cobrar humildade da Dilma. A primeira elei��o que ela disputou foi para presidente, e ela venceu. Quem tem de ser humilde � o Mercadante, que tem experi�ncia parlamentar”, cobrou o correligion�rio.
O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) admitiu que o resultado das manifesta��es de hoje ser� um divisor de �guas para o governo. “Eles (a oposi��o) e n�s (governistas) esperamos para saber o real grau de insatisfa��o da popula��o”, disse ele. O senador Romero Juc� (PMDB-RR) acha que, inevitavelmente, a presidente Dilma ter� de conversar mais. “Em pol�tica, todo mundo erra. Se voc� conversa, erra menos. Se ouvir quem sabe mais do que voc�, erra menos ainda”, provocou Juc�.