Paulo de Tarso Lyra
Os atos convocados neste domingo pelas redes sociais para protestar contra o governo t�m, em sua ampla maioria, o vi�s em prol da abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. � o que garante um dos organizadores dos protestos, o presidente nacional do Solidariedade e da For�a Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. “Tem muita gente querendo muita coisa. Mas o que une todos n�s � a defesa do impeachment”, confirmou ele.
Paulinho espera um p�blico nas ruas das capitais brasileiras superior ao verificado nas manifesta��es de junho de 2013. Em S�o Paulo, por exemplo, ele acredita ser poss�vel reunir 500 mil pessoas – dois anos atr�s foram cerca de 330 mil, na avalia��o da Pol�cia Militar. “Mas tudo isso � expectativa, j� que as convoca��es foram feitas pelo Facebook”, admitiu ele logo em seguida.
Para evitar questionamentos do governo de que a oposi��o est� promovendo um movimento antidemocr�tico, Paulinho afirma que, embora presentes nos atos de hoje, os “militaristas”, como ficaram conhecidos os defensores da volta dos militares ao poder, est�o em minoria. “Eles v�o estacionar o carro de som deles pr�ximo � Avenida Brigadeiro Faria Lima, pois querem depois seguir em dire��o � sede do 2º Ex�rcito”, explicou ele.
Al�m dos defensores do impeachment e da volta do regime militar, estar�o presentes nas ruas manifestantes contr�rios � pol�tica econ�mica, � corrup��o na Petrobras, cantando m�sicas contr�rias ao PT e ao governo federal. Em uma delas, uma par�dia � m�sica Para n�o dizer que n�o falei das flores. O refr�o original dizia: “Vem vamos embora, que esperar n�o � saber”. Pela nova vers�o, ficar� assim: “Dilma vai embora, e leva o PT junto com voc�”, segundo Paulinho.
Principal partido de oposi��o ao Planalto, o PSDB decidiu, na semana que passou, fechar apoio formal �s manifesta��es. Mas, cautelosas, as principais lideran�as evitaram expressar concord�ncia expl�cita com a tese do impeachment. “O impeachment n�o est� na agenda do PSDB”, confirmou o presidente nacional do partido, senador A�cio Neves (MG).
A�cio tamb�m deixou transparecer, ao longo da semana, que n�o participar� pessoalmente dos atos, como uma forma de evitar as cr�ticas de que os tucanos desejam promover um terceiro turno das elei��es presidenciais. “Mas defendemos o direito � manifesta��o, j� que � inadmiss�vel um partido pol�tico (o PT) querer ditar contra o que as pessoas podem ou n�o reclamar”, acrescentou.