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Estado de Minas

FHC diz que Joaquim Levy '� um estranho no ninho'


postado em 18/03/2015 13:37 / atualizado em 18/03/2015 13:41

Bras�lia - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, "� um corpo estranho no ninho". Para o oposicionista tucano, o modelo de ajuste fiscal proposto por Levy n�o est� dando certo porque falta sustenta��o pol�tica para que seja implementado. "Pol�tica econ�mica � pol�tica. N�o � simplesmente decis�o tecnocr�tica. Ainda que esteja correta tecnocraticamente, n�o est� tendo condi��es pol�ticas para a sua sustenta��o e, por isso, o Congresso reage", declarou.

O corte de gastos, a diminui��o das pol�ticas de cr�dito subsidiado para investidores e a restri��o de desonera��es fiscais para setores empresariais praticados agora por Levy foram em grande parte promessas para a �rea econ�mica feitas durante a campanha presidencial do senador A�cio Neves (PSDB-MG) para a Presid�ncia, no ano passado. Indagado se as medidas do atual ministro s�o pr�ximas das ideias defendidas em 2014 pelo PSDB, FHC respondeu: "A dosagem, n�o sei se seria mesma. Seria diferente. O Arm�nio Fraga (pr�-anunciado como ministro da Fazenda, no caso de vit�ria de A�cio) estava mais cuidadoso, falando em a��es graduais. E a for�a pol�tica para justificar seria muito maior, porque teria legitimidade para ser implementada, porque havia sido dito de antem�o exatamente o que iria ser feito. Ent�o est� um pouco torto o processo de agora", disse o ex-presidente.

Fernando Henrique, que foi ministro da Fazenda durante o governo do ex-presidente Itamar Franco na �poca da cria��o do plano Real, destacou que "ia ao Congresso incessantemente" e "ia ao r�dio e � televis�o quase que diariamente para vender o peixe". Para ele, falta mais engajamento de Levy e do governo para conseguir convencer os parlamentares e a popula��o sobre a necessidade dos ajustes. "Havia um projeto que eu politicamente defendia, � o que est� faltando. O Levy n�o � l�der pol�tico. N�o estou criticando, isso � uma condi��o, ele n�o �", declarou.

Apoio artificial

FHC acredita que o apoio aparentemente s�lido para o governo do PT nos �ltimos anos passou a ser, em determinado momento, insustent�vel. "Houve a forma��o de um bloco hegem�nico no Brasil, com um conjunto de for�as sociais que s�o amalgamadas politicamente e que t�m sustenta��o em uma certa situa��o objetiva econ�mica, com a utiliza��o dos recursos p�blicos para fortalecer o setor privado. Como ao lado disso havia outros programas que fortaleciam os setores populares, deu uma aura quase que de invencibilidade. Anos atr�s, dava a impress�o que isso aqui era uma maravilha e que havia uma sustenta��o muito s�lida", definiu.

"Isso gerou uma base de poder pol�tico enorme. O governo era apoiado amplamente pelas camadas dirigentes da economia. A partir de certo momento, as bases desse apoio passaram a ser insustent�veis. Agora, esse modelo se esgotou, e parece que foi no governo Dilma, mas o in�cio do processo veio do governo Lula. Porque ele acreditou que voc� podia encontrar a pedra m�gica do crescimento cont�nuo, que era empr�stimo e consumo. Isso estourou. Quando ela se quebrou, qual foi a rea��o das camadas economicamente dirigentes? O Lula � bom a Dilma � m�", concluiu o ex-presidente.


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