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Estado de Minas

Esc�ndalo da Opera��o Lava-Jato faz BC acender luz amarela

Dire��o do Banco Central admite que a crise � preocupante e est� sendo monitorada de forma permanente, mas avalia que o sistema financeiro pode absorver os impactos


postado em 20/03/2015 06:00 / atualizado em 20/03/2015 08:00

"Posso dizer que, neste momento desafiador, certamente, o sistema financeiro � um elo bastante forte da corrente" - Anthero Meirelles, diretor de Fiscaliza��o do BC

Bras�lia - O Banco Central tem monitorado cada vez mais de perto as opera��es banc�rias envolvendo as empreiteiras investigadas na Opera��o Lava-Jato, da Pol�cia Federal. O temor da autoridade monet�ria � de que uma eventual quebradeira dessas empresas ligadas ao esc�ndalo de corrup��o na Petrobras esbarre no sistema financeiro, provocando uma onda de calotes dos empr�stimos ainda n�o quitados.

Ao fim da apresenta��o do relat�rio trimestral de estabilidade financeira, nessa quinta-feira, o diretor de Fiscaliza��o e de Regula��o do BC, Anthero Meirelles, admitiu que os desdobramentos da opera��o t�m merecido aten��o e acompanhamento permanente do �rg�o. “� uma opera��o de porte, que atinge um setor relevante do ponto de vista econ�mico”, comentou, definindo o momento como desafiador. “Mas temos bastante seguran�a da capacidade do nosso sistema financeiro de absorver eventuais impactos”, ponderou.

No segundo semestre do ano passado, quando a Lava-Jato j� havia sido deflagrada, o sistema financeiro nacional se mantinha s�lido, sublinhou Meirelles. Os bancos brasileiros, emendou ele, est�o preparados para enfrentar cen�rio bastante adverso e de fragilidade. No entanto, o diretor deixou claro n�o ser poss�vel mensurar o impacto do avan�o das investiga��es neste in�cio de ano. “N�o temos bola de cristal.”

O BC tem simulado situa��es extremadas e dia a dia vasculha informa��es para entender a cadeia de impacto da Lava-Jato. No pr�prio relat�rio divulgado ontem, a autoridade monet�ria pontuou que “o acesso mais restrito a financiamentos pelas empresas investigadas na Lava-Jato e seus fornecedores ensejam aten��o relativamente aos seus impactos potenciais sobre a capacidade de pagamento dos tomadores de cr�dito”.

Embora o BC avalie que o sistema financeiro ainda se encontre, em geral, com n�vel de provis�es adequado, as reservas de dinheiro aumentaram significativamente desde o in�cio das investiga��es, ilustrando o esfor�o dos bancos para se precaverem diante das incertezas. Com o caixa atingido pela Lava-Jato, o volume de cr�dito dispon�vel tende a diminuir, uma vez que as institui��es devem passar a ser ainda mais seletivas.

O Ita� Unibanco, maior banco privado do pa�s, acumulou R$ 4,6 bilh�es em provis�es no �ltimo trimestre de 2014, 10% a mais que no mesmo per�odo de 2013 - no total, s�o quase R$ 27 bilh�es provisionados. E o banco j� avisou que esse montante deve aumentar. “Estamos acompanhando os poss�veis reflexos na cadeia de fornecedores”, chegou a dizer o diretor de Controladoria e de Rela��es com Investidores, Marcelo Kopel.

PREOCUPA��O COM CALOTE

O BTG Pactual aumentou a provis�o em 307% no ano passado, acumulando R$ 907,3 milh�es em reserva. A institui��o � a maior acionista individual da Sete Brasil, empresa formada pela Petrobras e s�cios privados para administrar o aluguel de sondas para o pr�-sal. Se a companhia quebrasse, atingiria tamb�m o Banco do Brasil, que perderia cerca de R$ 7 bilh�es referentes � exposi��o na empresa e nos estaleiros.

Desde a divulga��o dos balan�os de 2014, os bancos demonstravam a preocupa��o com os calotes. O Bradesco, que tem 7% da carteira emprestada a empreiteiras, provisionou R$ 3,3 bilh�es no �ltimo trimestre. O Santander reconheceu ter grande exposi��o a empresas envolvidas na investiga��o, mas se disse confort�vel com o modelo de risco. A Caixa estimou ter entre 1,5% e 2% da carteira associada a empresas da Lava-Jato.

A ag�ncia de classifica��o de risco de cr�dito Moody’s acredita que as investiga��es podem provocar um efeito cascata e estuda rebaixar notas de bancos expostos. “As ag�ncias avaliam pensando em retorno, lucratividade. N�o avaliamos nenhuma deteriora��o na solidez e na capacidade do nosso sistema em absorver”, rebateu ontem, o diretor Anthero Meirelles, apesar de reconhecer que o impacto exato da Lava Jato ainda ser� conhecido.

Representantes de bancos como Ita�, Bradesco, Banco do Brasil, HSBC e Santander devem ser chamados para esclarecer opera��es aos procuradores da Opera��o Lava-Jato. Ainda que as institui��es ainda estejam fazendo c�lculos para saber ao certo quanto est�o expostas, a Moody’s calcula que somente os bancos p�blicos t�m emprestado US$ 30 bilh�es � Petrobras, o equivalente a cerca de R$ 100 bilh�es com a cota��o de ontem.

Os impactos podem ocorrer em bancos de qualquer porte. Neste primeiro trimestre, as provis�es tendem a continuar aumentando. Al�m disso, com o desaquecimento da economia e os reflexos da Lava Jato, a inadimpl�ncia pode aumentar, prejudicando os lucros. Se as empresas dos setores de �leo e g�s e de constru��o pesada ficassem sem acesso a cr�dito, poderia provocar uma onda de fal�ncias.


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