No despacho em que decretou a pris�o preventiva do lobista Guilherme Esteves, apontado como operador de propina na Petrobras e na empresa SeteBrasil, o juiz federal S�rgio Moro, que conduz todas as a��es penais da Opera��o Lava-Jato, afirmou que o principal prejudicado com a corrup��o na estatal petrol�fera � 'o cidad�o brasileiro'. Ele tamb�m disse que culpar a Pol�cia Federal, a Procuradoria da Rep�blica e a Justi�a Federal pela situa��o da Petrobras � 'uma estranha invers�o de valores'.
"O prejudicado principal, em dimens�o de invi�vel c�lculo, o cidad�o brasileiro, j� que prejudicados parcialmente os investimentos da empresa, com reflexos no crescimento econ�mico", alerta Moro. "H�, � certo, quem prefira culpar a Pol�cia Federal, o Minist�rio P�blico Federal e at� mesmo este Ju�zo pela situa��o atual da Petrobras, em uma estranha invers�o de valores. Entretanto, o policial que descobre o cad�ver n�o se torna culpado pelo homic�dio e a responsabilidade pelos imensos danos sofridos pela Petrobras e pela economia brasileira s� pode recair sobre os criminosos, os corruptos e corruptores, incluindo os intermedi�rios."
Moro diz ter 'certeza de que a Petrobras ir� reerguer-se e que conseguir� desenvolver seus neg�cios com mais efici�ncia e economia', uma vez que ser� 'reprimido o custo decorrente do crime'.
As maiores empreiteiras do Pa�s s�o acusadas de terem formado cartel para fraudar licita��es da Petrobras. O acordo seria feito mediante ajuste e pagamentos de propinas a dirigentes da estatal petrol�fera calculados em porcentual sobre o contrato.
"Ficando apenas nos danos provocados � Petrobras em decorr�ncia dos malfeitos, teve ela severamente comprometida sua capacidade de investimento, sua credibilidade e at� mesmo o seu valor acion�rio, como vem sendo divulgado diuturnamente na imprensa", afirma Moro. "O mesmo tem ocorrido com a SeteBrasil, amea�ada de bancarrota, o que coloca em risco � explora��o do pr�-sal e as expectativas de desenvolvimento da ind�stria naval brasileira."
A SeteBrasil ganhou a licita��o e negociou 21 contratos de constru��o de sondas com v�rios estaleiros, sendo seis sondas negociadas com o Estaleiro Jurong. O estaleiro � uma subsidi�ria do Grupo SembCorp Marine, companhia de capital aberto de Cingapura e grande fornecedora internacional de plataformas e sondas para explora��o de petr�leo.
Segundo a Justi�a, cada estaleiro tinha o seu operador respons�vel pelo pagamento de propinas. Guilherme Esteves de Jesus seria o operador do Jurong.