Proposta para ado��o do "distrit�o" quase n�o muda composi��o das bancadas de deputados

Uma das bandeiras discutidas na reforma pol�tica, a implementa��o do chamado “distrit�o” pouco mudaria a configura��o das bancadas mineiras na C�mara dos Deputados e Assembleia. Se vingar a ideia defendida principalmente pelo PMDB, os parlamentares passar�o a ser escolhidos por vota��o majorit�ria, como ocorre para os cargos executivos, e quem tiver mais votos, independentemente do partido, entra. Considerados os resultados da elei��o de 2014, a regra mudaria cinco dos 53 deputados federais e nove dos 77 deputados estaduais.

Com a maioria de votos na contagem geral, o PSD ganharia mais duas cadeiras por Minas Gerais em Bras�lia, e o PP, PPS e PSDB aumentariam uma vaga cada. Em 5 de outubro, Renato Andrade (PP) ficou como suplente com 78,1 mil votos, assim como Walter Tosta (PSD), com 77,5 mil, e Humberto Souto (PPS), com 70,9 mil. Tamb�m ficaram de fora Carlos Mosconi (PSDB) e Geraldo Thadeu (PSD), com, respectivamente, 66,5 mil e 61,6 mil votos.

Por outro lado, gra�as ao sistema proporcional, parlamentares de cinco partidos menores conseguiram as vagas, apesar de terem obtido vota��es entre 45,3 mil e 60,3 mil. Se a regra mudasse, os deputados Marcelo �lvaro Ant�nio (PRP), Pastor Franklin (PTdoB) e D�mina Pereira (PMN) perderiam as vagas. Como eles, os menos votados Edson Moreira (PTN) e Brunny (PTC) seriam eliminados. Levantamento divulgado no portal Congresso em Foco mostra que, das 513 cadeiras da C�mara, 90% continuariam com os mesmos eleitos em 2014, ou seja, 446 deles continuariam eleitos no distrit�o.

J� na Assembleia (ALMG), a bancada tucana seria a maior beneficiada se a elei��o fosse majorit�ria. O sistema proporcional, que deixou como suplentes os ex-deputados Pinduca (PP), Z� Maia (PSDB), C�lio Moreira (PSDB) e H�lio Gomes (PSD), daria lugar a eles. Caso fosse implementado o “distrit�o”, pelos votos do ano passado, tamb�m entrariam Marcos Eduardo de Andrade (PSD), R�mulo Viegas (PSDB), Leonardo Moreira (PSDB), Neider Moreira (PSD) e Luiz Henrique (PSDB). Eles tiveram vota��es entre 47,3 mil e 58 mil. Bem maior que os 25,3 mil de Dirceu Ribeiro (PHS), que foi o eleito com a menor vota��o da Casa. Al�m dele, entraram Cabo J�lio e Leon�dio Bou�as, pelo PMDB, Arnaldo Silva e Deir� Marra, pelo PR, e Anselmo Domingos (PTC), F�bio Oliveira (PTdoB), Ant�nio Lerin (PSB) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB).

Passo

Na semana passada, o presidente da comiss�o especial que discute reforma pol�tica na C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), defendeu o voto majorit�rio para os parlamentares, que considerou “um passo � frente”. O presidente nacional do DEM, senador Jos� Agripino, por�m, disse que o partido n�o tem posi��o fechada sobre o “distrit�o”. “Somos a favor do fim das coliga��es proporcionais, que j� foi votado no Senado e vai para a C�mara”, afirmou.

O tesoureiro nacional do PSDB, deputado Rodrigo de Castro, disse sentir que a maioria da bancada tucana � favor�vel � elei��o majorit�ria de parlamentares. “H� hoje uma ind�stria de fazer pequenos partidos para se eleger com poucos votos. O “distrit�o” acaba com essa hist�ria de quem teve pouco voto ser eleito e quem teve muito ficar de fora”, avalia. Ainda segundo o tucano, a mudan�a vai levar ao “fortalecimento dos partidos que realmente investem em conte�do”.

Opini�o oposta tem o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), que integra a comiss�o da reforma. Ele diz que o novo sistema enfraqueceria as legendas. “Somos contr�rios, porque essa proposta individualiza cada candidato, ele deixa de ter rela��es com o partido e cada um passa a fazer a sua campanha. Isso tamb�m vai aumentar o custo da disputa”, afirmou. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) tamb�m disse ser radicalmente contra o sistema por ele “fulanizar” ainda mais as campanhas.