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Estado de Minas

Para MP, Andr� Vargas e o irm�o n�o tinham condi��es de prestar consultoria

Para procuradores que integram a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato, gr�ficas de ex-deputado eram usadas apenas para receber recursos desviados de �rg�os p�blicos


postado em 20/04/2015 06:00 / atualizado em 20/04/2015 07:59

(foto: Leonardo Prado/ Câmara dos Deputados )
(foto: Leonardo Prado/ C�mara dos Deputados )

Curitiba – As consultorias realizadas por empresas controladas pelo ex-deputado Andr� Vargas (ex-PT-PR) n�o existiram, na avalia��o do Minist�rio P�blico. Segundo o procurador regional da Rep�blica Carlos Fernando dos Santos Lima, n�o � poss�vel crer que o pol�tico e seu irm�o Leon Vargas estejam habilitados para fazer esse tipo de trabalho. Ele ainda adiantou que a atua��o do ex-parlamentar e do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari vai abrir uma linha de apura��o espec�fica sobre corrup��o por meio de gr�ficas. “Quem conhece e quem ouviu os depoimentos at� agora n�o acredita que os dois, o Andr� Vargas e o Leon Vargas, tenham condi��es de prestar qualquer tipo de assessoria”, disse Carlos Fernando dos Santos, que � coordenador da for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato. “N�o acreditamos nisso.”


A Pol�cia Federal e o MPF sustentam que os irm�os Vargas criaram duas empresas de fachada para receber dinheiro desviado de �rg�os p�blicos: a LSI Solu��o em Servi�os Empresariais Ltda, de S�o Paulo, e a Limiar Consultoria e Assessoria em Comunica��o Ltda, de Curitiba. Parte dos recursos chegou por meio de ag�ncias de publicidade. Al�m disso, na ordem de pris�o do ex-deputado, o juiz da 13ª Vara Federal, S�rgio Fernando Moro, destacou que as firmas receberam dinheiro para outras duas empresas que mant�m contratos p�blicos, o frigor�fico JBS S/A e a concession�ria Ecovias, pertencente � construtora CR Almeida.

Procurada pela reportagem, a Ecovias disse que a LSI fez servi�os de “consultoria em sele��o e coloca��o de m�o de obra”. Foram pagos R$ 46.925 l�quidos em 9 de fevereiro de 2012. A JBS, que j� havia pago dinheiro a uma empresa envolvida no esquema em outra ocasi�o, n�o explicou a que se referiam os pagamentos mencionados por S�rgio Moro. Mas, para Carlos Fernando, n�o � poss�vel acreditar na argumenta��o da Ecovias. “Creio que as defesas dessas empresas devem pensar muito bem a respeito dos fatos e esclarecer a realidade.”

Apesar disso, o juiz S�rgio Moro foi cauteloso ao mencionar os pagamentos das firmas de Vargas � JBS e � Ecovias. “Quanto a esse ponto, � necess�rio aprofundar as investiga��es, n�o sendo poss�vel afirmar por ora que eram destitu�dos de causa l�cita”, disse ele, ao decretar a pris�o do ex-deputado do PT. Procuradas novamente pelo jornal, Ecovias e JBS n�o se manifestaram at� o fechamento desta reportagem.

Gr�ficas O procurador Carlos Fernando afirmou que o Minist�rio P�blico disse que vai abrir uma frente de apura��o espec�fica sobre gr�ficas para identificar a atua��o de Vargas supostamente no mercado de comunica��o. Outro motivo para essa investiga��o � que o executivo e delator da Lava-Jato Augusto Mendon�a disse que o ent�o tesoureiro do PT Jo�o Vaccari mandou que ele enviasse dinheiro para a gr�fica Atitude, ligada ao partido e � CUT. Foram pagos R$ 1,5 milh�o, valores que sa�ram da taxa de propina de contratos da Setal com a Petrobras.

Por enquanto n�o h� uma apura��o espec�fica em cima da Atitude. “Mas, diante do esquema de corrup��o do (Andr�) Vargas, sabemos que as gr�ficas s�o um dos pontos mais f�ceis de serem manipulados nesses esquemas de desvios de recursos”, disse Lima. “V�o ser analisadas as opera��es com gr�ficas”. Como mostrou o Estado de Minas ontem, o procurador entende que os pagamentos feitos por Mendon�a � Atitude se somam a ind�cios de corrup��o e j� permitem a condena��o de Vaccari. Para expandir essa apura��o a v�rias gr�ficas, por�m, o trabalho ser� mais dif�cil. “O problema � que se contratam 100 mil panfletos e se produzem 10 mil”, exemplificou o procurador. “Como se prova que os 90 mil n�o foram produzidos?”, questionou. A ideia � focar em quem atestou o recebimento das publica��es.

A advogada de Vargas, Nicole Trauczinski, n�o retornou os pedidos de esclarecimentos do jornal feitos desde sexta-feira. Assim como a Caixa e o Minist�rio da Sa�de, a ag�ncia Borghi diz que colabora com as investiga��es, e seu presidente, Jos� Borghi, nega participa��o em il�citos. A IT7 n�o foi localizada. O petista Marcos Mazoni diz que foi indicado para a presid�ncia do Serpro pelo ex-ministro Nelson Machado, e n�o por Vargas e negou irregularidades em seu �rg�o.

Rela��es suspeitas de Vargas

LSI e Limiar s�o empresas de fachada do ex-deputado segundo os investigadores

»LT7
A LSI e Limiar receberam dinheiro da IT7 Sistemas Ltda. por meio de opera��es de lavagem, segundo a PF. A empresa tem contratos com o Minist�rio da Sa�de e a Caixa, cujo diretor de marketing, Clauir Santos, foi indicado por Vargas. Caixa pagou R$ 50 milh�es � IT7 apenas em 2013.

» Borghi
PF diz que Borghi repassou dinheiro recebido do Minist�rio da Sa�de para a LSI e a Limiar por meio de produtoras de filmes subcontratadas. A pasta pagou R$ 126,7 milh�es � Borghi entre 2011 e 2015. O ex-vice-presidente da ag�ncia, Ricardo Hoffman, foi preso.

» Serpro
O Serpro n�o � investigado pela Lava-Jato, mas tem contratos com a IT7 sob an�lise da Procuradoria da Rep�blica do Distrito Federal. A IT7 recebeu R$ 52,6 milh�es entre 2010 e 2015. O presidente do �rg�o, Marcos Mazoni, trabalhou com Vargas no governo do Paran�.


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