Bras�lia – Ap�s retornar de Lisboa, o vice-presidente Michel Temer vai acelerar, a partir desta semana, a divis�o dos cargos no segundo e terceiro escal�es. Dos 22,6 mil cargos comissionados do governo federal, cerca de 4,8 mil — aqueles com os sal�rios mais altos — s�o destinados �s negocia��es pol�ticas. A equa��o � complexa, mas, financeiramente, vantajosa. Em 2015, as estatais ter�o investimentos previstos de R$ 105,5 bilh�es. Um n�mero atraente, mesmo diante da possibilidade de contingenciamento para que o governo cumpra as metas de ajuste fiscal.
Temer, auxiliado por Eliseu Padilha (ministro da Secretaria Nacional de Avia��o Civil) e Ricardo Berzoini (ministro das Comunica��es), ter� de superar outro desafio. O processo de distribui��o dos cargos aos aliados costuma ser modorrento no governo Dilma Rousseff. A presidente, pouco afeita �s conversas pol�ticas, demora a tomar decis�es.
Nas ag�ncias reguladoras, dos 26 cargos de diretoria, 10 est�o sendo ocupados de maneira interina ou est�o, simplesmente, vagos. Nos tribunais superiores, tamb�m existem vagas � espera de nomea��o. Dilma ainda tornou-se mais cautelosa ap�s a Opera��o Lava-Jato, j� que as den�ncias de corrup��o na Petrobras, apesar de envolverem diretores — Paulo Roberto Costa, Nestor Cerver� e Renato Duque — de carreira, mostram que estes foram apadrinhados por pol�ticos e legendas partid�rias, e serviram como instrumento de financiamento eleitoral suspeito para candidatos de diversas agremia��es.
Alguns cargos n�o ser�o mexidos. A Companhia de Desenvolvimento do Vale do S�o Francisco (Codevasf), presidida por Elmo Vaz, dificilmente trocar� de m�os. Ele � afilhado pol�tico do ministro da Defesa, Jaques Wagner. Outro que deve emplacar afilhado � o ministro da Sa�de, Arthur Chioro, na presid�ncia da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). O PMDB deve herdar a Companhia Hidroel�trica do S�o Francisco (Chesf), administrada hoje pelo PP.