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Estado de Minas

Munic�pios de Vale do Jequitinhonha sofrem com falta de investimentos em sa�de

Jequitinhonha acumula de obras inacabadas por falta de recursos a hospital desativado, enquanto a popula��o carente enfrenta dificuldades para receber tratamento m�dico


postado em 26/04/2015 06:00 / atualizado em 26/04/2015 07:45

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Itinga  – O acesso � sa�de � um dos principais obst�culos enfrentados pelos moradores do Vale do Jequitinhonha. No entanto, obras na regi�o que teriam a finalidade de amenizar esse drama est�o abandonadas ou sem serventia alguma, por falta de recursos, e at� hospitais j� prontos tiveram as portas fechadas. Moradores de v�rios munic�pios precisam deixar suas cidades em busca de atendimento ou percorrer longas dist�ncias dentro delas e esperar v�rios dias por uma simples consulta.

Um dos retratos da pen�ria na �rea de sa�de est� em Itinga. Sempre que h� necessidade de interna��o, pacientes do munic�pio de 14,4 mil habitantes t�m que ser levados em ambul�ncias para cidades vizinhas – Ara�ua�, Itaobim ou Te�filo Otoni. Uma dificuldade conhecida de perto por pessoas como Fabiana de Brito, de 35 anos, obrigada a viajar com o marido diab�tico sempre que ele precisa de atendimento hospitalar. “H� pouco tempo, tive que arranjar uma ambul�ncia para lev�-lo para Itaobim (a 40 quil�metros de Itinga). Ele ficou 15 dias internado l�”, relata a moradora. Numa situa��o paradoxal, Itinga � uma das poucas pequenas cidades da regi�o que possui um hospital, o Santa Edwirges. Mas, h� seis anos, a unidade, constru�da h� 15, est� fechada, com vidra�as quebradas, equipamentos enferrujando e mato crescendo ao seu redor.

Em mar�o de 2004, ao visitar Itinga para inaugurar a ponte sobre o Rio Jequitinhonha, o ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) prometeu colocar em funcionamento a unidade, fechada � �poca por causa de um impasse entre a gest�o municipal e a entidade filantr�pica respons�vel por ela, a Funda��o S�o Jos� de �gua Branca. A solu��o passaria pelo credenciamento do hospital pelo Minist�rio da Sa�de. De fato, o Santa Edwirges foi reaberto em 2004, mas funcionou at� 2009, quando interrompeu as atividades por falta de verbas.

Atualmente, parte do pr�dio � ocupada por um laborat�rio de an�lises cl�nicas do munic�pio. O prefeito de Itinga, Adhemar Marcos Filho (PSDB), disse que, sem os recursos do governo federal para o custeio, n�o tem como reabrir o hospital. “A gente nunca teve a ousadia de tentar isso, porque o munic�pio n�o tem condi��es”, afirmo, anunciando que pretende instalar uma policl�nica para aten��o b�sica no pr�dio. O chefe do Executivo municipal criticou a “falta de interesse” do governo federal pelo tema. “� lament�vel que a obra permane�a fechada, como um elefante branco”, afirmou.
Ver galeria . 20 Fotos Hospital abandonado em ItingaJair Amaral/EM/D.A Press
Hospital abandonado em Itinga (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )


Consultado pela reportagem, o Minist�rio da Sa�de disse, por meio de nota, que “o estabelecimento n�o atende pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS)” e afirmou que as unidades do setor no munic�pio “s�o geridas pelo Estado de Minas Gerais”. O texto diz ainda que “at� o momento, o Minist�rio da Sa�de n�o recebeu pedido de recursos para habilita��o de servi�os de assist�ncia de m�dia e alta complexidade no munic�pio de Itinga”. J� a Secretaria de Estado da Sa�de esclareceu que a unidade n�o est� elencada entre os hospitais contemplados pelo Programa Estadual de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do Sistema �nico de Sa�de (Pro-Hosp) e que seus leitos eram custeados por seguros e planos privados de sa�de.

Paralisa��o de unidades vira rotina

Coronel Murta e Itamarandiba – Come�ar obras na �rea de sa�de e interromp�-las por falta de verbas ou erros de projeto � quase rotina no Vale do Jequitinhonha. Coronel Murta � um dos v�rios exemplos dessa situa��o. Com 9,3 mil habitantes, o munic�pio espera a conclus�o de obras interrompidas no setor. Uma delas � a reforma e amplia��o da Unidade B�sica de Sa�de (UBS) Carlito Murta, na �rea central da cidade, iniciada em abril de 2014, com previs�o de t�rmino em agosto do mesmo ano. Por�m, a obra, avaliada em R$ 275 mil, apenas foi iniciada e parou logo em seguida. O mesmo ocorreu com a amplia��o de outra UBS na cidade, no Bairro Maria da Gl�ria, no valor de R$ 120 mil.

Segundo o secret�rio de Sa�de do munic�pio, Hor�cio Aguilar, os servi�os n�o tiveram continuidade porque o Minist�rio da Sa�de liberou apenas parte dos recursos necess�rios. O Minist�rio confirma a suspens�o dos repasses depois de ter liberado R$ 174, 2 mil para uma obra de constru��o e quatro de amplia��o de UBS na cidade. Segundo a pasta, n�o foram cumpridos crit�rios para o recebimento de novas parcelas, demandando dilig�ncias nas obras, mas o problema j� foi sanado e novo repasse est� sendo providenciado.

Em Itamarandiba, a Unidade B�sica de Sa�de (UBS) do Bairro S�o Geraldo est� entregue � a��o do tempo h� mais de seis anos, cercada pelo mato e pelo lixo. Tamb�m est� sendo “depenada” por  moradores, que j� carregaram grande parte do telhado. De acordo com o atual prefeito, Erildo Gomes (PSDB), seu antecessor, o ex-prefeito Tom Costa (PSB), n�o deu continuidade �s obras iniciadas na gest�o anterior � dele, solicitou � Secretaria de Estado de Sa�de, respons�vel pelo repasse de recursos, uma “tomada de contas especial” e encaminhou den�ncia ao Minist�rio P�blico Estadual, suspeitando de erros no projeto. O imbr�glio, somado a uma a��o na Justi�a movida por morador que se diz dono do terreno destinado � UBS, impede a retomada da obra, afirma o prefeito.

Enquanto isso, moradores vizinhos da obra abandonada sofrem com a dificuldade para o atendimento � sa�de. � o caso da dom�stica Sil�sia Aparecida Matos, de 30 anos. “Para gente conseguir atendimento aqui demora de 30 a 45 dias”, alega Sil�sia, m�e de cinco filhos, que se desloca at� o hospital municipal na �rea central da cidade para consultas. Outra vizinha do “esqueleto” da constru��o da UBS, a aposentada Geralda de F�tima Martins, de 75, tamb�m lamenta o abandono da obra. “A gente sofre muito com a falta de m�dico”, diz.

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