Rio - Em epis�dios que envolvem carros de luxo, malas de dinheiro, licita��es fantasmas e intrigas pol�ticas, tr�s prefeitos do Estado do Rio foram afastados em menos de um m�s, acusados de corrup��o, fraude e desvio de recursos p�blicos. Dois foram presos, um em flagrante. PT e PSDB expulsaram os acusados. O PSD ainda aguarda informa��es dos investigadores.
Segundo o acusador, Chagas cobrava propina para contratar a empresa. A defesa pediu a revoga��o da pris�o do prefeito ao Supremo Tribunal Federal. N�o foi atendida.
Duas semanas ap�s a pris�o de Chagas, o prefeito de Itagua� (regi�o metropolitana), o ent�o tucano Luciano Mota, de 32 anos, foi afastado do cargo pelo Tribunal Regional Federal/2ª Regi�o (TRF2), a pedido do Minist�rio P�blico Federal (MPF). A Justi�a negou o pedido de pris�o de Mota, acusado de desvio de recursos de royalties do petr�leo e do Sistema �nico de Sa�de (SUS).
Mota revoltou a popula��o do munic�pio ao circular de Ferrari amarela, avaliada em R$ 1,2 milh�o, que est� em nome de um laranja. Tamb�m usava helic�ptero que alega ser de um conhecido. Al�m da Ferrari, a Justi�a determinou a apreens�o de tr�s carros que seriam do prefeito afastado: um Porsche, um Mercedes Benz e um BMW.
A principal testemunha na investiga��o da PF � um assessor de Mota, que descreveu aos policiais compras exorbitantes, como a de uma TV por R$ 99 mil. Os pagamentos, segundo ele, eram em dinheiro vivo, transportado at� em malas.
Mota recorreu ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ) contra o afastamento. Ele nega o desvio de recursos e diz que dirigiu a Ferrari de um amigo poucas vezes. Tamb�m rejeita a acusa��o de ter feito compras com dinheiro. A TV, afirma, � de outro amigo. Na campanha de 2012, Mota informou � Justi�a n�o ter bens.
Proximidade
O caso de Itagua� virou briga pol�tica quando a defesa de Mota apontou a proximidade entre o atual prefeito, Weslei Pereira (sem partido), e um agente da PF envolvido na investiga��o do caso. Dois irm�os do policial Alexandre Jos� Lima foram nomeados secret�rios municipais na nova gest�o. Em nota, Pereira nega v�nculo com o agente.
Disse que os irm�os foram nomeados por capacidade t�cnica. O policial acusou uma "tentativa covarde" de desviar o foco das suspeitas que recaem sobre Mota.
Tamb�m rumoroso � o caso do prefeito de Mangaratiba, na regi�o da Costa Verde, Evandro Bertino Jorge, de 59 anos, o Evandro Capixaba, do PSD, preso no dia 17 de abril.
Ele � acusado pelo Minist�rio P�blico Estadual de fraude em licita��es, falsifica��o de documentos, forma��o de quadrilha e coa��o de testemunhas. Ao todo, 44 pessoas s�o alvos da investiga��o, que apura esquema de publica��es falsas de licita��es pelo jornal Povo do Rio.
Segundo a promotoria, exemplares falsos eram rodados com informes das licita��es para cumprir a exig�ncia legal de dar publicidade a toda concorr�ncia p�blica.
Na den�ncia, o Minist�rio P�blico sustenta que "Evandro Capixaba, de forma livre e consciente, concorreu eficazmente para a fraude � licita��o, na qualidade de principal articular do esquema". A defesa de Capixaba diz que a investiga��o baseia-se em "testemunhas muito pouco independentes, vinculadas ao vice-prefeito", Ruy Quintanilha, tamb�m do PSD, que assumiu o governo local. Dois jornalistas que apuravam den�ncias de fraudes na prefeitura relataram terem sido amea�ados e coagidos. Quintanilha negou liga��o com os denunciantes.
Advogado de Capixaba, Afonso Destri diz que as testemunhas t�m motiva��es pol�ticas e que o prefeito, ao saber das investiga��es, "adotou imediatas provid�ncias para apurar os fatos e afastou os envolvidos". A defesa aguarda decis�o do STJ para o habeas corpus impetrado com pedido de soltura.
Valores
O volume de recursos desviado nos tr�s casos ainda n�o foi calculado. O Minist�rio P�blico informou que, em Mangaratiba, o total pode chegar a R$ 10 milh�es s� nos 16 processos que constam na den�ncia.