Bras�lia - A Opera��o Lava-Jato revelou que parte do valor que a Petrobras contabilizava como ativo n�o foi usado para a constru��o de valor, mas sim foi desviado para esquemas de corrup��o, afirmou o gerente de desenvolvimento empresarial da companhia, Mario Jorge da Silva, que participa de audi�ncia p�blica no Senado Federal ao lado do presidente da estatal, Aldemir Bendine.
"Esse processo (de corrup��o) ocorreu fora da Petrobras e a metodologia usada no balan�o usou dados das investiga��es", disse Silva. De acordo com o gerente da Petrobras, a opera��o Lava-Jato "revelou a exist�ncia de um cartel que operou contra a companhia entre 2004 e 2012, formado por 27 empresas".
Dos R$ 6,2 bilh�es baixados do patrim�nio da companhia que representaram perdas para a corrup��o, a maior parte, de R$ 3,4 bilh�es, est�o relacionados � �rea de abastecimento. Outros R$ 2 bilh�es em projetos de explora��o e produ��o e os R$ 700 milh�es restantes referentes a projetos de g�s e energia. "Para chegar nesses valores, que foram auditados externamente, tivemos de lan�ar m�o de informa��es da investiga��o do Minist�rio P�blico Federal", disse Silva.
As perdas mais relevantes, de uma perspectiva de volume, foram de R$ 44,6 bilh�es com impairment. "O maior impacto foram os atrasos nas refinarias do Comperj, no Rio de Janeiro, e de Abreu e Lima, em Pernambuco", disse Silva. "Todo ano as empresas devem fazer avalia��o de seus ativos para verificar se aquele valor lan�ado em balan�o ser� recuperado ao longo da vida �til dos projetos. Na �rea de refino, as posterga��es de projetos tamb�m postergaram o in�cio da entrada de receitas, ent�o foi necess�rio fazer as baixas", explicou o gerente da Petrobras.
No caso do Comperj, as perdas foram de R$ 21,8 bilh�es no ano passado e na Refinaria Abreu e Lima, as perdas somaram R$ 9,1 bilh�es.
Silva, no entanto, tamb�m buscou sinalizar dados positivos ao mercado. Ele citou a rela��o entre as reservas provadas e a produ��o da companhia. A rela��o indica que a Petrobras tem 18 anos de atual ritmo de produ��o apenas com as reservas provadas. "O mercado trabalha com um indicador de 12 anos, ent�o somos mais do que sustent�veis", disse.
Ao final, Silva afirmou que "um de nossos principais desafios" na Petrobras � a redu��o das d�vidas. A rela��o entre o endividamento l�quido e o Ebitda da companhia fechou o ano de 2014 em 4,7 anos, informou ele. "Este n�o � o patamar ideal, buscamos uma rela��o de 2,5 anos", disse o gerente de desenvolvimento empresarial.