Apesar do preju�zo de R$ 21,6 bilh�es registrado no ano passado, a Petrobras vai pagar R$ 856 milh�es aos seus empregados a t�tulo de Participa��o nos Lucros e Resultados (PLR). O Acordo Coletivo de Trabalho, firmado em setembro do ano passado, prev� que a companhia pague um valor m�nimo de participa��o nos lucros mesmo quando for registrado preju�zo. O argumento � o de que a PLR se aplica sobre as atividades operacionais dos trabalhadores, como o resultado da produ��o.
"A empresa pode n�o ter lucrado, mas os resultados da produ��o foram muito bons, com o lucro bruto aumentando 15%, e refletem o comprometimento do corpo t�cnico da Petrobras, que n�o pode ser confundido com o bando que assaltou a empresa", disse Silvio Sinedino, representante dos trabalhadores no conselho de administra��o da estatal.
Sinedino destaca que o preju�zo registrado no balan�o � consequ�ncia direta da corrup��o e da perda de valor dos ativos. "Sem esta medida saneadora, a Petrobras teria apresentado um lucro l�quido acima de R$ 20 bilh�es. O lucro bruto, por exemplo, teve um aumento de 15% em rela��o a 2013, passando de R$ 70 bilh�es para R$ 80 bilh�es." Apesar de milion�rio, a PLR deste ano ser� 58% menor que a paga no ano passado.
Voto contra
O representante dos trabalhadores no conselho rejeitou os dados e a metodologia proposta para as perdas com corrup��o no balan�o da Petrobras. Para ele, o relat�rio cont�m "erros graves" em rela��o � baixa cont�bil da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O primeiro trem da Refinaria n�o foi inclu�do entre os ativos afetados por desvios de corrup��o no relat�rio. O documento considera apenas perdas de R$ 9,1 bilh�es relativas ao adiamento da segunda etapa (trem) suspensa diante da atual limita��o de caixa da empresa.
"N�o baixar agora o que j� se tem certeza - o sobrepre�o no primeiro trem da Rnest - significa que daqui para a frente a rentabilidade ser� sempre rebaixada em fun��o desse peso morto que estaremos carregando", publicou Sinedino em seu site.
Uma das principais obras sob investiga��o da Opera��o Lava Jato, a refinaria partiu de um or�amento de US$ 2,3 bilh�es para US$ 18,5 bilh�es.