(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pequenos investidores da Petrobras estudam medidas para ressarcir preju�zos

Baixa cont�bil das perdas da estatal decorrentes da corrup��o em contratos n�o convence os acionistas minorit�rios, dispostos a cobrar os danos na Justi�a


postado em 26/04/2015 00:12 / atualizado em 26/04/2015 07:24

Escaldados pela quebra do grupo X, do ex-bilion�rio Eike Batista, e a crise que levou a Laep, investidora da Daslu e da Parmalat, a perder o registro de companhia aberta no ano passado, os pequenos investidores da Petrobras se organizam para cobrar na Justi�a o ressarcimento do preju�zo reconhecido pelo menos em parte no balan�o auditado que a companhia divulgou na noite de quarta-feira. O resultado, embora considerado aqu�m do rombo a que a estatal do petr�leo foi submetida com a corrup��o envolvendo contratos e casos de m� gest�o de empreendimentos, abriu espa�o para a mobiliza��o dos acionistas minorit�rios, dispostos a colocar lupa sobre as perdas, agora oficiais.

A Associa��o Nacional de Prote��o aos Acionistas Minorit�rios, criada h� cinco anos em S�o Paulo, instituiu um grupo para estudar medidas cab�veis contra a estatal. � com o mesmo objetivo de ressaercir perdas que investidores norte-americanos acionam a empresa na Justi�a, em 12 processos abertos entre o fim de 2014 e o m�s passado, acusando a Petrobras de vender pap�is a pre�os superdimensionados, tendo em vista a descoberta da pr�tica do sobrepre�o nos contratos.

Como os brasileiros, s�o pessoas que se tornaram acionistas, ao adquirir a��es em bolsa e as chamadas ADRs (American Depositary Receipts, na sigla em ingl�s) – recibos de a��es compradas no mercado financeiro de Nova York. A Petrobras fechou 2014 no vermelho em R$ 21,6 bilh�es, afetada por desvios avaliados em R$ 6,2 bilh�es, al�m de ajustes de valores de ativos que foram inflados por pr�ticas irregulares, erros em projetos, desaquecimento de demanda e queda de pre�os do petr�leo no mercado internacional.

A aplica��o do percentual de 3% sobre o total dos contratos firmados entre 2004 e abril de 2012 como refer�ncia para a baixa cont�bil das perdas provocadas pelo esc�ndalo investigado na Opera��o Lava-Jato foi considerada uma brincadeira, afirma o economista carioca Aur�lio Valporto, conselheiro da associa��o dos minorit�rios.

“Acreditamos que esse n�mero seja muito maior. A Petrobras parece ter calculado o m�nimo poss�vel de perdas para que os balan�os fossem assinados pelos auditores. Os acionistas minorit�rios continuam sendo enganados, diante de evid�ncias que temos de que as comiss�es (reveladas pelos delatores do esquema) chegaram a 15%”, diz Valporto.

A luta dos minorit�rios carrega um sentimento de preju�zo para todos os brasileiros, destaca Valporto, uma vez que as perdas avan�am sobre a pr�pria poupan�a nacional, os recursos necess�rios para os investimentos produtivos no pa�s e para o crescimento da economia.

A descoberta de petr�leo na camada pr�-sal no litoral brasileiro em 2007 levou milhares de investidores a buscar as a��es da Petrobras. Boa parte usou o dinheiro depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS). Com a promessa de o Brasil tornar-se autossuficiente na produ��o de petr�leo e um dos maiores produtores do mundo, as a��es da empresa atingiram o pico hist�rico de R$ 50,56 em maio de 2008. Meses antes, o aut�nomo Ricardo Batista Cruz investiu parte de seus recursos em pap�is da estatal, mesmo em plena crise econ�mica internacional. As primeiras a��es foram adquiridas a R$ 45,70.

Com o passar do tempo, Cruz alocou mais recursos, comprando a��es por valores inferiores. “Fiz isso at� entender que n�o dava mais para comprar”, admite. Dois anos depois, o aumento de capital da empresa, que visava investir no pr�-sal, derrubaria de vez o valor dos pap�is. “Aquilo foi um assalto”, diz. Com a redu��o dr�stica do capital que havia investido, j� n�o fazia sentido desfazer-se dos pap�is. Risco assumido, Cruz viu nos �ltimos meses o valor se dissolver de vez. Hoje, ele det�m apenas um quinto do valor investido. “� um dinheiro que eu n�o vejo mais. Talvez as minhas filhas vejam”, afirma. Nos �ltimos cinco anos, contados a partir de 2010, per�odo que a Petrobras usou como in�cio da pr�tica de superfaturamento de contratos, as a��es preferenciais da companhia perderam 65% do seu valor. Estavam cotadas a R$ 37,32 em janeiro de 2010 e foram negociadas na quinta-feira a R$ 13,23.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)