Apesar do preju�zo de R$ 21, 6 bilh�es, o primeiro anual desde 1991, e de um rombo de R$ 6.2 bilh�es provocado pela corrup��o, o balan�o auditado da Petrobr�s tranquilizou os investidores nesse primeiro momento. As a��es da estatal negociadas na Bolsa de Valores de S�o Paulo subiram novamente ontem, com ganho de at� 4,5% no fechamento. O bom humor dos investidores foi chancelado com a decis�o da ag�ncia de classifica��o de risco Fitch de retirar a ame�a de rebaixamento da nota de cr�dito da Petrobras. A Fitch manteve o risco de probabilidade de inadimpl�ncia do emissor (IDR, na sigla em ingl�s) em moedas local e estrangeira da Petrobras em BBB- e o rating em escala nacional em AAA (bra).
A decis�o de se manter inalterados os riscos da Petrobras foi tomada depois que a companhia publicou, na noite de quarta-feira, 22, seu balan�o de 2014 auditado – o que, segundo a Fitch, evitou um processo de antecipa��o de pagamento de d�vidas. De acordo com a ag�ncia, a divulga��o dos resultados financeiros auditados mitigou as incertezas em rela��o � capacidade da Petrobras de fazer os ajustes necess�rios para cumprir com esse compromisso. Al�m disso, acrescenta a Fitch, a companhia melhorou sua liquidez ao anunciar US$ 13 bilh�es em novos financiamentos.
Na avalia��o da Fitch, o acesso ao cr�dito, a redu��o nos investimentos e os planos de venda de ativos minimizam as preocupa��es de liquidez no curto prazo. Entretanto, a perspectiva negativa evidencia que as incertezas em rela��o � capacidade da empresa de desalavancar seu balan�o de pagamentos no m�dio prazo permanecem. Os esc�ndalos de corrup��o, de acordo com a Fitch, podem resultar em atrasos nos neg�cios. A ag�ncia ressalta que continuar� monitorando a estrat�gia da Petrobras para fortalecer sua estrutura de capital.
Efeito estatal Para a ag�ncia, a nota da Petrobras continua a refletir sua estreita liga��o com o rating do Brasil, devido ao controle governamental da companhia e sua import�ncia estrat�gica no quase monop�lio do mercado de combust�veis l�quidos dom�sticos. “A liga��o � evidenciada pelos recentes empr�stimos oferecidos pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econ�mica Federal, bem como a decis�o de manter os pre�os da gasolina e do diesel nas bombas acima dos n�veis internacionais, a fim de refor�ar a gera��o de caixa da Petrobras”, diz o comunicado, que acrescenta que a posi��o de caixa da companhia � suficiente para atender necessidades de financiamento no curto prazo.
Al�m disso, a Fitch avalia que a produ��o da petroleira continuar� a crescer no m�dio prazo e que os pre�os dom�sticos devem convergir com os pre�os internacionais no m�dio/longo prazo. Mesmo assim, a Fitch ainda alerta que uma eventual a��o de rating negativa para a Petrobras pode ocorrer caso a companhia n�o reduza a sua rela��o d�vida/Ebitda a menos de 5 vezes no m�dio prazo e se houver uma diminui��o na percep��o do apoio do governo. A ag�ncia avalia ainda que uma a��o de rating positiva para a estatal � improv�vel no curto e m�dio prazo. No entanto, pondera o relat�rio, o apoio expl�cito direto do governo poderia ajudar a estabilizar as notas da companhia.
P�gina virada A Petrobras “vira uma p�gina” e “acerta seu passo” ao divulgar balan�o com perdas de R$ 6,2 bilh�es, relacionadas � corrup��o na empresa, segundo afirmou ontem a presidente Dilma Rousseff. Para a presidente, registrar esse montante indica que a Petrobras “superou todos os problemas de gest�o ligados � quest�o da Lavo Jato que por ventura ainda estivessem pesando”. “Eu tenho certeza que a Petrobras vai dar ainda muitas alegrias para n�s nos pr�ximos meses e anos”, afirmou a jornalistas ap�s almo�o com a presidente da Coreia do Sul no Pal�cio Itamaraty.
Mais cedo, a presidente havia afirmado que, “sem sombra de d�vida”, o balan�o representa uma nova era para a Petrobras. A presidente destacou ainda premia��o que a Petrobras receber�, pela primeira vez, em maio: a estatal ser� contemplada com o OTC-2015, o Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations and Institutions. A homenagem diz respeito �s tecnologias desenvolvidas para a explora��o da camada do pr�-sal.
Para a presidente, isso demonstra que a estatal n�o s� � uma “grande empresa do ponto de vista financeiro”, como tamb�m pelos empregos que ela gera. “Ela est� sendo premiada por ter resolvido como explorar petr�leo em �guas profundas ou superprofundas, que t�m temperaturas e press�es extremas”, disse.
Mercado vive onda de euforia
Bras�lia – O mercado entrou numa onda de euforia e o principal �ndice da Bolsa de Valores de S�o Paulo (BMF&Bovespa) fechou no maior patamar em seis meses, acumulando alta de quase 5% em uma semana curta, com feriado na ter�a-feira. No preg�o de ontem, o Ibovespa teve alta de 1,63% em 56.594 pontos, maior pontua��o deste 14 de outubro de 2014.
A alta foi puxada pelas a��es da Vale, que dispararam 30% na melhor semana em 16 anos, com a recupera��o dos pre�os do min�rio de ferro. O produto teve o maior ganho percentual di�rio desde outubro de 2012. Ontem, os pap�is ordin�rios da mineradora tiveram alta de 10% cotados a R$ 23,20. Os preferenciais subiram 6,67%, precificados em R$ 18,71.
Apesar de a Vale ter liderado as altas, a divulga��o do balan�o auditado de 2014 da Petrobras, na quarta-feira, ap�s meses de atraso, tamb�m colaborou para o al�vio do mercado, apesar da decis�o da diretoria da estatal de n�o pagar dividendos este ano. Os pap�is da petroleira tiveram valoriza��o de 4,55% as ordin�rias e de 2,63% as prefer�nciais.
Para o economista do portal de informa��es financeiras Moneyou, Jason Vieira, o movimento de ontem repetiu o desempenho da semana, com a alta da Vale melhor fundamentada do que a valoriza��o dos ativos da Petrobras. “O cen�rio mais forte das commodities favorece as empresas brasileiras. Mas tamb�m est� havendo uma oportunidade de pre�o na Bolsa brasileira. � um momento de compra, tanto que o movimento de queda do d�lar sinaliza a migra��o dos investidores para pap�is”, analisa.
O volume financeiro da Bolsa paulista somou R$ 9,2 bilh�es, acima da m�dia do ano de R$ 6,8 bilh�es, com ajuda do vi�s positivo em Wall Street. Os �ndices acion�rios Nasdaq e S&P 500 fecharam em altas de 0,71% e 0,24%, respectivamente.
D�lar cai a R$ 2,955
O d�lar fechou em baixa ontem e completou quatro semanas seguidas de desvaloriza��o. A moeda norte-americana recuou 0,89%, a R$ 2,955, renovando m�nima desde o in�cio de mar�o. Na semana, o d�lar registrou queda de 2,84%. No m�s de abril, a desvaloriza��o � de 7,4%. No ano, contudo, a divisa tem alta de 11,14%. O giro financeiro ficou em torno de US$ 771 milh�es.
Com o cen�rio de baixa, o Banco Central vendeu a oferta integral de at� 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a US$ 10,115 bilh�es.