
Em carta em que pede sua desfilia��o do PT, a senadora Marta Suplicy diz que o papel "protagonista" do PT no que chamou de "um dos maiores esc�ndalos de corrup��o" � a raz�o principal para deixar o partido que ajudou a fundar. A senadora destaca que � certo que "mesmo ap�s a condena��o de altos dirigentes, sobrevieram novos epis�dios a envolver sua dire��o nacional", afirmou, sem citar os desvios na Petrobras e o ex-tesoureiro Jo�o Vaccari, preso na opera��o Lava Jato.
Em documento protocolado na manh� desta ter�a-feira, nos diret�rios municipal, estadual e nacional do partido, ao qual a reportagem teve acesso, a senadora diz sentir que os princ�pios e o programa partid�rio do PT "nunca foram t�o renegados pela pr�pria agremia��o". Segundo ela, as investiga��es di�rias que envolvem membros do partido s�o motivo n�o s� de "indigna��o" como de "grande constrangimento". O documento deve ser divulgado pela senadora ainda nesta tarde pelas redes sociais.
Marta, que j� vinha demonstrando publicamente sua insatisfa��o com o partido e com o governo da presidente Dilma Rousseff desde o ano passado, quando saiu do Minist�rio da Cultura, disse ainda que, por ter acreditado nos "prop�sitos �ticos" da carta de princ�pios do PT, n�o tem agora como "conviver com esta situa��o sem que esta atitude implique uma inaceit�vel coniv�ncia."
Segundo a senadora, ela tentou exigir provid�ncias do partido e reverter a situa��o, mas n�o foi ouvida. "Percebi que o Partido dos Trabalhadores n�o possui mais abertura nem espa�o para o di�logo com suas bases e seus filiados", afirmou. "Fui isolada e estigmatizada". Marta disse ainda que o PT n�o parece interessado ou n�o tem condi��es de resgatar seu programa e se distanciou completamente de seus fundamentos.
A ex-petista acusa ainda a dire��o do PT de restringir e cercear seu desempenho nas atividades partid�rias. "O que � mais grave, (cerceando) minha atividade parlamentar oriunda da representa��o pol�tica de meu mandato", escreveu.
A senadora disse vivenciar "o mais dif�cil e o pior momento" de sua vida pol�tica e afirmou que vive hoje uma situa��o de constrangimento junto � bancada do PT e no Plen�rio do Senado. "Tenho me furtado a discursar e emitir minhas opini�es por me negar a defender um partido que n�o mais me representa, assim como a milh�es de brasileiros que nele um dia acreditaram", afirmou.
O destino mais prov�vel de Marta � o PSB, pelo qual deve disputar a Prefeitura de S�o Paulo no ano que vem contra o petista Fernando Haddad.
Segundo fonte do diret�rio estadual, o departamento jur�dico do partido est� avaliando o documento entregue por Marta e deve se pronunciar em breve sobre o assunto.