Bras�lia - Ent�o presidente da Petrobras, Gra�a Foster disse em reuni�o do Conselho de Administra��o da estatal ocorrida no dia 12 de dezembro de 2014 que qualquer valor que fosse colocado no balan�o anual da empresa para medir as perdas com corrup��o decorrentes da Opera��o Lava-Jato n�o seria verdadeiro. "Essa de dizer que eu s� posso mostrar para o mercado a certeza absoluta dessa quest�o da Opera��o Lava-Jato � uma inverdade, porque jamais acontecer�. S� daqui a tr�s, cinco ou dez anos. Quando isso tudo for julgado e sair o valor dessa opera��o toda", disse Gra�a aos conselheiros.
O balan�o da Petrobras referente ao terceiro trimestre de 2014 sofreu atrasos a partir do momento em que a PriceWaterhouseCoopers se recusou a assin�-lo sem antes saber dos resultados das investiga��es da Opera��o Lava-Jato. A recusa da empresa de auditoria ocorreu em novembro do ano passado.
A estatal viria a divulgar em abril o balan�o do terceiro trimestre de 2014 - devidamente auditado -, dois meses depois de Gra�a deixar o cargo e ser substitu�da por Aldemir Bendine. Nele foi inclu�da uma estimativa de perda de R$ 6,194 bilh�es em raz�o da corrup��o entre os anos de 2004 e 2012.
Sa�de
A divulga��o � obrigat�ria para empresas de capital aberto tanto pela legisla��o brasileira quanto pela dos Estados Unidos, onde a estatal tamb�m � listada em bolsa. A falta do balan�o, al�m de criar instabilidade nos pre�os das a��es da empresa no mercado, pode levar credores a exigir o pagamento antecipado de d�vidas, prejudicar o caixa e a nota de cr�dito da companhia. O resultado informa o mercado e os acionistas sobre a sa�de financeira da empresa, como a capacidade de honrar pagamentos, de fazer novos investimentos e de obter financiamentos.
A avalia��o de Gra�a registrada em �udio n�o consta da ata oficial daquela reuni�o de 12 de dezembro. A Petrobras costuma gravar em �udio ou v�deo as reuni�es. Esse material foi enviado � CPI da Petrobras que funciona na C�mara na semana passada. A estatal n�o comenta a divulga��o do conte�do dos encontros, pois afirma se tratar de um "vazamento ilegal".