S�o Paulo - Com apoio da Associa��o Brasileira de Ci�ncia Pol�tica (ABCP), mais de cem cientistas pol�ticos de diversas partes do Pa�s se posicionaram contra a proposta do distrit�o - sistema eleitoral defendido pelo PMDB e bandeira do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o modelo, os candidatos a deputado mais votados em cada Estado seriam eleitos, sem a transfer�ncia de voto dentro dos partidos ou voto de legenda nas elei��es proporcionais.
O professor Cl�udio Couto, da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), disse que o distrit�o era uma "aberra��o institucional", porque aumentaria o custo de campanha, enfraqueceria os partidos pol�ticos e aumentaria o personalismo. "Se o custo de campanha sobe, aumenta a corrup��o. Quem colocar mais dinheiro na disputa ganha."
Marco Antonio Teixeira, professor do Departamento de Gest�o P�blica da FGV, tamb�m acredita que mais recursos ser�o gastos para que um candidato seja eleito. "Ser� gasto mais dinheiro porque o candidato precisaria ficar entre os 70 mais bem votados. Isso cria at� mesmo competi��o no desempenho individual e tira o papel do partido", afirma.
A proposta surge como forma de combater os "puxadores de votos", evitando que outros candidatos da coliga��o que receberam menos votos sejam eleitos. Mas, segundo a professora Argelina Figueiredo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), casos como do humorista Tiririca (PR-SP) - eleito com 1,3 milh�o de votos, o que garantiu mais tr�s cadeiras para o partido - poderiam, na verdade, se tornar mais comuns.
"O partido vai querer o maior n�mero de cadeiras poss�veis e, para fazer isso, ele vai precisar de pessoas que t�m votos, como os artistas. Ir�o em busca daqueles que t�m dinheiro e fama e n�o daqueles que tenham um compromisso social com a pol�tica", disse Argelina.