Bras�lia - Os executivos Jos� Ricardo Nogueira Breghirolli, ex-superintendente administrativo da Construtora OAS, e Mateus Coutinho de S� Oliveira, ex-diretor Financeiro da Construtora OAS, usaram o direito constitucional de ficar em sil�ncio e voltaram a frustrar as expectativas dos deputados da CPI da Petrobras nesta quinta-feira, 28. Os empreiteiros, que seriam ouvidos na condi��o de investigados, foram dispensados em seguida.
A expectativa da comiss�o era de que, fora do c�rcere e cumprindo pris�o domiciliar, os executivos prestariam esclarecimentos � CPI. "Foi uma semana muito improdutiva", lamentou o deputado Delegado Waldir Soares de Oliveira (PSDB-GO). A pr�xima semana encerrar� o per�odo de oitivas de empreiteiros que cumprem pris�o domiciliar.
Os depoentes da semana demonstraram nenhum interesse em colaborar com a CPI. "Conforme orienta��o de meu advogado, vou ficar em sil�ncio", disse nesta manh� Coutinho, repetindo a frase mais pronunciada pelos depoentes nos �ltimos dias. O ex-diretor da OAS s� reiterou as informa��es inclu�das no documento enviado ao juiz S�rgio Moro. "Sou contra essa dispensa. Sou a favor de adotarmos uma postura �nica", protestou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
O entendimento da c�pula da CPI � que investigados podem ser automaticamente dispensados de permanecer na sess�o se decidirem ficar calados. Ontem foi dado tratamento diferenciado � fam�lia Schahin porque os empres�rios recorreram a um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal para n�o serem obrigados a falar na comiss�o. Irritados, os parlamentares n�o dispensaram Carlos Eduardo Schahin, Salin Toufic Schahin, Rubens Toufic Schahin, Pedro Henrique Schahin e Milton Toufic Schahin e fizeram os depoentes passarem a tarde ouvindo perguntas e discursos.
Breghirolli, que teve v�rios encontros com o doleiro Alberto Youssef, j� havia ficado em sil�ncio em seu depoimento � Justi�a Federal. Na ocasi�o, o executivo entregou uma peti��o onde afirmava que n�o saberia dizer se houve pagamento de propina nos contratos da Refinaria de Abreu e Lima (Rnest) e na Refinaria do Paran� (Repar). "N�o sei dizer se houve propina nos contratos da Rnest (Abreu e Lima), Repar (Paran�) ou qualquer outra obra da empresa, at� porque n�o era minha fun��o fazer qualquer tipo de ajuste, promessa ou pagamento de valores para este fim", afirmou.
J� Coutinho � acusado de promover pagamentos de propina pela empreiteira OAS no esquema de corrup��o na Petrobras. � Justi�a Federal, o executivo da OAS apresentou um termo por escrito onde se colocava como um 'mero funcion�rio' e negou ser respons�vel pela libera��o de pagamentos da construtora. Al�m de atuar na �rea da Diretoria de Abastecimento, do ex-diretor Paulo Roberto Costa, Coutinho � apontado como encarregado de liberar dinheiro para o ex-deputado federal Luiz Arg�lo, que na �poca era do PP da Bahia.
Estava previsto para esta quinta-feira o depoimento de Erton Medeiros, da Galv�o Engenharia. Ontem, o ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou um pedido da defesa do executivo para manter-se calado durante depoimento na CPI. Antes da decis�o do ministro, o presidente da Comiss�o, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), j� havia aceitado a sugest�o de adiar a oitiva de Erton e priorizar a convoca��o de Dario de Queiroz Galv�o.
Sem ouvir nenhum dos convocados de hoje, os membros da CPI decidiram fazer nesta manh� uma reuni�o fechada para discutir o procedimento para vota��o de novos requerimentos e o contrato com a consultoria Kroll.