Bras�lia – O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu aproveitar uma visita de cortesia da Casa para organizar uma “turn�” com aliados pol�ticos e l�deres religiosos. Al�m de outros 13 parlamentares, a maioria aliados, a comitiva de Cunha na viagem � R�ssia e � terra santa conta com cinco acompanhantes, entre eles o ex-candidato presidencial do PSC, Pastor Everaldo, e seis mulheres de deputados. O roteiro da delega��o inclui momentos pitorescos, como um dia (sexta-feira) reservado para visita � Regi�o Norte de Israel, onde os parlamentares conhecer�o o Mar da Galileia e a vila de Nazar�.
“Ele juntou os amigos para um passeio religioso. Tanto � que d� para contar nos dedos os que n�o s�o aliados dele. No fundo, o objetivo � fazer pol�tica”, disse um advers�rio do presidente da C�mara ao ver a lista dos integrantes da comitiva. De fato, o �nico advers�rio pol�tico de Cunha no grupo � o l�der do PPS, Rubens Bueno (PR), que viajou acompanhado da mulher. O restante � formado praticamente s� por lideran�as do chamado “bloc�o”, como os l�deres do PMDB, Leonardo Picciani (RJ); do PTB, Jovair Arantes (GO); do DEM, Mendon�a Filho (PE) e do PSC, Andr� Moura (SE) (veja quadro ao lado).
Cunha levou tamb�m um assessor de imprensa e de um policial legislativo, respons�vel pela seguran�a. Por meio da assessoria, a Presid�ncia da C�mara disse que a Casa s� custear� as passagens dos parlamentares, e n�o as das esposas e acompanhantes. “O presidente viajar� a convite. N�o receber� di�rias da C�mara”, disse a assessoria de Eduardo Cunha. Andr� Figueiredo (PDT-CE) e Arthur Oliveira Maia (SD-BA) participar�o apenas da pernada russa da viagem.
A Casa n�o divulgou o custo total da viagem at� o fechamento desta reportagem, mas a di�ria de cada parlamentar em viagem ao exterior est� fixada atualmente em US$ 428 (cerca de R$ 1.339, em valores de ontem). A assessoria de imprensa tamb�m n�o repassou informa��es oficiais sobre o n�mero de integrantes da comitiva.
AGENDA Ao todo, o s�quito de Cunha passar� quatro dias em Israel. Ao longo de hoje e de amanh�, o grupo cumprir� agendas no Parlamento israelense, o Knesset, e em reuni�es com autoridades do pa�s. Amanh�, h� a possibilidade de reuni�o com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em hor�rio ainda n�o definido, e uma visita ao Museu do Holocausto. No dia seguinte, o peemedebista levar� sua comitiva para Ramallah, onde tem compromisso com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Na sexta-feira, haver� um tempo para visitas a pontos obrigat�rios do turismo religioso, como o Mar da Galileia.
O grupo chega a Moscou no s�bado, � 1h da manh�. L�, Cunha deve se encontrar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para o motivo da viagem oficial: um encontro na segunda-feira com chefes de Parlamento dos Brics – grupo econ�mico formado por Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul.
ESCALA EM PARIS Antes de se encontrar com Cunha, Calheiros aproveitar� a ida ao encontro dos parlamentares dos Brics, em Moscou, para passar tr�s dias em Paris com a esposa. Segundo o cronograma da viagem, obtido pela reportagem, o pol�tico alagoano toma hoje um voo da Air France em Bras�lia, �s 22h, e chega � capital francesa no come�o da tarde de amanh�. Ele permanece na cidade at� as 18h de s�bado, quando pega outro voo da companhia francesa em dire��o � capital russa. Na noite de domingo, os russos oferecer�o de cortesia a Renan e Cunha uma apresenta��o do bal� Lago dos cisnes, no Teatro Bolshoi.
Renan pretende estar de volta a Bras�lia apenas na quarta-feira, com previs�o de desembarque �s 10h da manh�. Cunha e seus convidados embarcam de volta ao Brasil na ter�a-feira. A pauta de vota��es ser� retomada a no dia seguinte com o projeto que rev� a pol�tica de desonera��o da folha de pagamento e para a conclus�o da aprecia��o da reforma pol�tica.
Procurada, a assessoria de Renan disse que ele receber� meias di�rias durante a estada em Moscou, mas que pagar� do pr�prio bolso as despesas em Paris. Al�m disso, segundo a assessoria, a parada na capital francesa n�o teria �nus, pois � a rota preferencial para Moscou. Renan viajar� acompanhado tamb�m de um diplomata, da Assessoria Internacional do Senado.