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Estado de Minas

Governo tenta reaver dinheiro do bolsa-fam�lia pago a parentes de prefeitos

Nada menos que 1,7 mil parentes de prefeitos, vices e vereadores eleitos em 2012 receberam dinheiro do programa do governo federal. Minist�rio tenta reaver o que foi pago irregularmente


postado em 21/06/2015 06:00 / atualizado em 21/06/2015 07:27

Gislene Ribeiro no barraco onde mora com três filhos: sem bolsa-família (foto: Luiz Ribeiro/DA Press, 19.06.2015 )
Gislene Ribeiro no barraco onde mora com tr�s filhos: sem bolsa-fam�lia (foto: Luiz Ribeiro/DA Press, 19.06.2015 )

Criado com o objetivo de retirar pessoas da extrema pobreza, o Programa Bolsa-Fam�lia tamb�m abasteceu a conta de esposas, filhos, sobrinhos e outros parentes de pol�ticos pelo Brasil. De acordo com o pr�prio Minist�rio do Desenvolvimento Social e Combate � Fome (MDS), 1,7 mil familiares de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos em 2012 receberam o benef�cio durante alguns meses ou anos neste per�odo. O pagamento foi suspenso, segundo o MDS, t�o logo foi constatado que eles n�o se enquadravam nas condi��es do programa. Em Minas, foram identificados e suspensos 322 benef�cios.

Al�m do desligamento das fam�lias dos pol�ticos do Bolsa-Familia, o minist�rio cobrou o ressarcimento dos valores recebidos ap�s a posse. Em todo o territ�rio nacional, 1,2 mil (70% do total) parentes j� devolveram os recursos, totalizando R$ 892 mil. Dos 322 casos de benef�cios irregulares concedidos em Minas, 244 (75%) foram acionados e foram obrigados a devolver os valores, somando R$ 145 mil devolvidos.

Um dos �ltimos casos de pagamento irregular do Bolsa-Familia envolve o vereador Rodrigo Cadeirante (PTN), de Montes Claros. Mesmo com um sal�rio de R$ 15,1 mil por m�s, durante dois anos, ele acabou tendo a renda da fam�lia “complementada” com o benef�cio. Em levantamento realizado pela prefeitura da cidade, foi verificado que a mulher dele, Lusimar Verissimo dos Santos, recebeu entre 2010 e 2015 R$ 147 do programa federal, totalizando R$ 3.528. Rodrigo Cadeirante disse que n�o sabia do recebimento do benef�cio pela mulher. “Se ela estiver errada, ter� de pagar pelo erro”, afirmou. O cart�o dela foi suspenso e a prefeitura anunciou o encaminhamento do caso ao Minist�rio Publico Federal e � Pol�cia Federal.

Carentes

Enquanto parentes de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores burlam as regras e recebem os pagamentos do Bolsa-Fam�lia, pessoas bem mais pobres tentam, mas n�o conseguem receber o sagrado dinheirinho do programa. Exemplo disso � Gislene Ribeiro, de 44, m�e de tres filhos, moradora de um barraco de tr�s c�modos, erguido num terreno invadido, debaixo de uma rede de alta tens�o, na Vila Mauriceia, �rea carente de Montes Claros. Ela conta que, por mais de uma vez, tentou fazer o cadastro e n�o conseguiu a inclus�o no programa. “O problema � que eu era fichada e ganhava um sal�rio m�nimo”, mas depois fiquei desempregada, diz Gislene, assegurando que, atualmente, procura o sustento como diarista, mas n�o � todo dia que encontra servi�o.

“Tentei v�rias vezes, mas nunca consegui nada do Bolsa-Fam�lia”, diz o desempregado Mauro Cardoso Barbosa, de 47, pai de seis filhos, morador do Conjunto Chiquinho Guimar�es, tamb�m uma das regi�es mais pobres de Montes Claros. Mauro conta que recebe um sal�rio m�nimo por m�s, a pens�o da ex-mulher, morta em virtude de complica��es no parto, em 1998. “Disseram que, por causa da pens�o, eu n�o tenho direito ao cadastro, mas como tenho seis filhos, acho que posso receber (o benef�cio) sim”, reclama. ‘Est� muito dificil pra gente viver . A maior dificuldade � pagar as contas de �gua e luz, pois a feira leva todo o dinheirinho da gente”, lamenta Mauro, que tenta completar a renda com pequenos biscates.


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