
Na primeira cita��o ao presidente da C�mara, o consultor da Toyo-Setal disse ao juiz S�rgio Moro, em Curitiba, que Eduardo Cunha teria lhe pedido a propina pessoalmente. Segundo o delator, o peemedebista teria dito que comandava 260 deputados. Cunha teria pressionado J�lio Camargo em um encontro do qual tamb�m participou Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema. A reuni�o teria sido marcada depois de press�o exercida na C�mara pelo deputado , � �poca l�der do PMDB na Casa.
“O deputado Eduardo Cunha � conhecido como uma pessoa agressiva mas confesso que, comigo, foi extremamente amistoso dizendo que ele n�o tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um d�bito meu com o Fernando (Fernando Baiano, suposto operador do PMDB no esquema da Petrobras) do qual ele era merecedor de US$ 5 milh�es”, relatou J�lio Camargo. O dinheiro foi repassado pelo doleiro Alberto Youssef, j� que, segundo Camargo, era preciso agilizar a opera��o e ele tinha a verba.
Cunha chamou o delator de mentiroso e o desafiou a provar o que disse. O deputado afirmou que as den�ncias s�o inv�lidas porque foram feitas perante um juiz de primeira inst�ncia sobre um deputado federal, que s� pode ser investigado no Supremo Tribunal Federal.
Cunha disse que o Pal�cio do Planalto e o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, “podem estar por tr�s” da acusa��o. “Ap�s amea�as publicadas em �rg�os da imprensa, atribu�das ao procurador-geral da Rep�blica, de anular a sua dela��o caso n�o mudasse a vers�o sobre mim, meus advogados protocolaram peti��o no STF alertando sobre isso”, disse, em nota. E finalizou: “� muito estranho, �s v�speras da elei��o do procurador-geral da Rep�blica e de pronunciamento meu em rede nacional, que as amea�as ao delator tenham conseguido o efeito desejado por Janot, ou seja, obrigar o delator a mentir”.
A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) reagiu. Em nota, destacou que n�o tem “inger�ncia” sobre o depoimento dado � Justi�a Federal no Paran�. “A PGR n�o tem qualquer inger�ncia sobre a pauta de audi�ncias do Poder Judici�rio, tampouco sobre o teor dos depoimentos prestados perante o juiz”, diz o texto.
O peemedebista enfrentou nessa quinta-feira tamb�m um protesto de deputados que o acusam de autorit�rio por causa das suas “pedaladas regimentais” para aprovar mat�rias rejeitadas anteriormente. Parlamentares do PT, PSB e Psol j� ingressaram com duas a��es no STF tentando reverter vota��es comandadas por ele. E nesta sexta-feira, se depender das redes sociais, ele ser� alvo de um panela�o durante seu pronunciamento. Mas disse n�o temer os protestos, que, segundo ele, vir�o apenas de petistas.
Mais cedo, Cunha havia dito que est� aguardando pareceres jur�dicos para decidir sobre um pedido de impeachment protocolado contra Dilma pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Ele afirmou ainda que o julgamento das contas da presidente pelo Congresso ser� pol�tico e n�o t�cnico, como quer o Pal�cio do Planalto. Com isso, independentemente do que disser o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), os parlamentares podem aprovar ou rejeitar a gest�o da petista. Cunha disse ser a primeira vez na hist�ria recente do pa�s que um governo n�o tem maioria no Congresso e indicou que as coisas devem piorar para ela a partir de agosto.