
“O requerimento de convoca��o � um requerimento que est� previsto em lei, previsto pelo Regimento Interno da Casa e n�o configura qualquer amea�a. A CPI n�o amea�a. Investiga”, afirmou. Motta disse que estranhou as declara��es da advogada sobre amea�as e avaliou a entrevista como uma tentantiva de “vitimiza��o para esconder atos il�citos”. “A CPI n�o vai admitir essas ila��es", acrescentou.
"A CPI vai continuar seu trabalho, vai continuar as investiga��es. Esta vitimiza��o n�o vai nos intimidar. Quem tem que prestar esclarecimentos sobre as amea�as que recebeu agora � ela e a CPI pode ser grande palco para ela dizer quem a esta amea�ando”, completou.
Em entrevista ao Jornal Nacional nessa quinta-feira (30), a criminalista, que defendeu nove investigados pela Opera��o Lava-Jato, da Pol�cia Federal, explicou que deixou os casos por se sentir amea�ada e intimidada por integrantes da comiss�o. Beatriz Catta Preta ainda disse que fechou o escrit�rio e abandonou a carreira depois de receber amea�as “veladas” feitas por membros da CPI, que votaram a favor da convoca��o, no �ltimo dia 9, para ela depor no colegiado.
A convoca��o foi aprovada por unanimidade e provocou rea��es de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que considerou a convoca��o ilegal por quebrar o direito de inviolabilidade do sigilo profissional. A OAB chegou a apresentar pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para preservar a criminalista. Nessa quinta-feira (30), o presidente do STF , ministro Ricardo Lewandowski, concedeu liminar em que a advogada � desobrigada a prestar esclarecimentos � CPI. Ela poder� ficar em sil�ncio durante o depoimento, que ainda n�o foi marcado.
“Se ela recebeu honor�rios licitos, declarou � Receita, qual o receio de vir � CPI. Voce j� viu algum advogado no pa�s abandonar casos por ser questionado sobre a origem dos honor�rios? Isso s� corrobora [com a d�vida da CPI]. Tem alguma coisa errada nisto”, acrescentou Motta, ao garantir que ela n�o est� sendo investigada a mando de qualquer membro da comiss�o.
“O ministro n�o tirou o dever de vir, apenas de n�o falar sobre honor�rios”, disse o presidente da CPI, que ainda n�o tem data para o depoimento. Motta disse ainda que outros advogados tamb�m podem ser questionados pela comiss�o sobre o mesmo assunto se integrantes da CPI apresentarem requerimentos para isto.
Esta semana , antes das declara��es da advogada, Hugo Motta avisou que manteria a convoca��o e disse que, apesar de respeitar a manifesta��o de opini�es contr�rias, os deputados iriam questionar Beatriz Catta Preta sobre a origem do dinheiro usado pelos acusados para pagar seus honor�rios.
A advogada afirmou que n�o recebeu nem metade dos R$ 20 milh�es em honor�rios, estimados pelos parlamentares .
Entre os clientes de Beatriz Catta Preta, estavam o ex-gerente de Servi�os da Petrobras Pedro Barusco, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e os executivos da Toyo Setal, Augusto Mendon�a e J�lio Camargo.
Na entrevista, a advogada disse que a “intimida��o” a ela e a sua fam�lia come�aram depois que o empres�rio da Toyo Setal, J�lio Camargo, denunciou, em dela��o premiada, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de receber US$ 5 milh�es em propina para viabilizar contratos com a Petrobras. Segundo ela, Camargo n�o tinha citado Cunha nos primeiros depoimentos por medo e que agora, ele apresentou provas, como documentos, � Justi�a.
Cunha, que nega o envolvimento no esquema, atribui a mudan�a do depoimento do executivo �s press�es feitas pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, que, para o parlamentar, atua “a mando do Planalto”. O fato foi o estopim para que o peemedebista anunciasse o rompimento pessoal com o governo, apesar de integrar o partido aliado ao Executivo e legenda do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer. Desde ent�o, Cunha evita comentar assuntos relacionados �s investiga��es por orienta��o de seu advogado, Antonio Fernando de Souza.