
Em meio � crise "pol�tica, econ�mica e �tica" - como disse na manh� desta sexta-feira o tucano Beto Richa - a presidente Dilma Rousseff conquistou uma "vit�ria simb�lica" ao reunir, na quinta-feira, 30, no Pal�cio do Alvorada todos os 27 governadores, na avalia��o do cientista pol�tico e professor da Funda��o Getulio Vargas Marco Ant�nio Carvalho Teixeira. O especialista acredita que o encontro tem "peso do ponto de vista simb�lico e pol�tico", mas pondera que n�o � poss�vel saber a efetividade do encontro antes do retorno do recesso parlamentar.
"O efeito pr�tico dos governadores na preserva��o do ajuste fiscal vai depender do contexto em que o Congresso vai retomar os trabalhos. Ao que tudo indica, o ambiente ser� mais tenso", avalia o cientista pol�tico, citando as den�ncias sobre o presidente da C�mara e ora opositor Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e as suspeitas sobre suas tentativas de influenciar a CPI da Petrobras.
Ao pedir a ajuda de governadores para desarmar bombas fiscais, o governo usa uma estrat�gia diferente de rela��o com o Congresso. Temendo o efeito cascata que as medidas teriam nas contas dos Estados, j� endividados, os governadores prometeram colaborar. A t�tica, segundo Teixeira, pode ser efetiva em alguns casos. "Obviamente que os governadores t�m algum peso sobre as bancadas, mas funciona em determinados contextos e em outros, n�o. No momento, com o ajuste, o governo federal tem pouco a oferecer aos governadores", pondera.
Eduardo Cunha
O professor destaca que Eduardo Cunha, principal obst�culo ao governo no Congresso Nacional, est� sob press�o por conta das acusa��es de receber propina e de interferir nas investiga��es da CPI da Petrobras, o que torna o cen�rio da volta do recesso mais incerto. "H� um grupo de manifestantes pr�-impeachment acampados na porta do Cunha pedindo que ele d� prosseguimento aos pedidos. � uma das cartas que ele ainda tem na manga", avalia Teixeira.