Diante do agravamento da crise pol�tica e econ�mica, senadores da base e da oposi��o decidiram costurar um pacto pela governabilidade para se contrapor �s propostas que causem impacto aos cofres p�blicos, que t�m sido aprovadas nos �ltimos dias pela C�mara dos Deputados, as chamadas pautas-bomba. O movimento ocorre a despeito de eventuais interesses de oposicionistas e at� mesmo de integrantes da base pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Um dos principais gestos ocorreu na ter�a-feira em jantar promovido pelo senador e empres�rio Tasso Jereissati (PSDB-CE) com a presen�a de integrantes da c�pula do seu partido e do PMDB, como o senadores A�cio Neves (PSDB-MG), Jos� Serra (PSDB-SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o l�der do PMDB na Casa, Eun�cio Oliveira (CE) e o senador Romero Juc� (PMDB-RR).
No encontro, segundo relatos de participantes, ficou acertado que os senadores v�o criar um "cord�o de isolamento" para impedir a aprova��o de pautas-bomba pelos deputados. Renan chegou a propor que os senadores n�o podem permitir que o "Pa�s se destrua".
Senadores tamb�m t�m tido conversas com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a fim de fechar uma agenda para o p�s-ajuste. A ideia � buscar uma pauta de vota��es que pudesse "reanimar a economia", na afirma��o sempre usada pelo senador Romero Juc�.
Temer
Ontem pela manh� foi a vez do articulador pol�tico e vice-presidente Michel Temer fazer um apelo aos l�deres do Senado para impedir a vota��o de pautas-bomba. � tarde, pela primeira vez, Temer fez um apelo p�blico aos partidos pol�ticos para que juntos ajudem a superar o agravamento da crise.
A avalia��o � que n�o � um pacto "pr�-governo", mas sim para encontrar um rumo para a governabilidade. Os senadores consideram que a postura da C�mara - que hoje de madrugada aprovou uma proposta que vincula o reajuste salarial de servidores da AGU ao de ministros do STF - s� tem atrapalhado no momento de incertezas na pol�tica e na economia. E que acabam por atingir a todos indiscriminadamente. O pacto n�o implicar�, ao menos no momento, em um gesto �nico e p�blico de todos os envolvidos, seja da base e da oposi��o.
"Que o Senado seja uma esp�cie de para-choque, um amortecedor dessas pautas que, sem d�vida nenhuma, n�o cabem no Brasil que vivemos hoje", disse o l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral (PT-MS). "O Senado pode cumprir bem esse papel de ser um filtro de quest�es que n�o venham a ser positivas de serem aprovadas", completou o l�der do PT na Casa, Humberto Costa (PE).
Ex-ministro de Dilma, o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) conclamou os pares a assumirem "protagonismo maior" para superar as duas crises. "O Legislativo n�o pode usar, neste momento, da fraqueza do governo para destruir o Pa�s, tem que ter responsabilidade", afirmou o senador e empres�rio Blairo Maggi (PR-MT), hoje, ao defender que os colegas da Casa tentem, em suas falas, passar tranquilidade para o Pa�s e para o mercado de que n�o v�o compactuar com o que a C�mara est� fazendo. "Se querem colocar fogo no Pa�s, v�o colocar l�, no tapete verde, naquele lado de l�, mas aqui n�s temos que ser o bombeiro, n�s devemos ser o bombeiro", completou.
Publicamente, a oposi��o deve continuar a criticar a falta de respaldo pol�tico e social de Dilma. Mas, nos bastidores, ao menos se comprometeram a n�o apoiar a vota��o de medidas que causem impacto fiscal.