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Estado de Minas

'Nem governo nem oposi��o t�m a sa�da', afirma soci�logo sobre crise pol�tica


postado em 07/08/2015 08:19 / atualizado em 07/08/2015 08:48

S�o Paulo - O soci�logo Brasilio Sallum, autor do rec�m-lan�ado livro O Impeachment de Fernando Collor, n�o v� sa�da para a crise pol�tica atual porque o governo da presidente Dilma Rousseff n�o tem clareza da dire��o a tomar nem a oposi��o tem "horizonte" a seguir. Para o professor da USP, os movimentos que defendem o afastamento da petista t�m for�a para "empurrar" os partidos, mas isso � insuficiente para desencadear o processo pol�tico em si.

Perguntado se � poss�vel o governo sair da crise pol�tica, o soci�logo disse que "passamos por incertezas que n�o t�m respostas claras nem do governo nem da oposi��o. Paulatinamente, estamos amadurecendo". Ele reconhece que o fato de o governo tentar hoje ajustar as contas "j� � um enorme avan�o" em rela��o ao que antes da elei��o se dizia, de que n�o est�vamos em crise econ�mica, que o mundo era uma maravilha. "N�s, pelo menos hoje, temos absoluta consci�ncia de que devemos fazer alguma coisa. A crise pol�tica � grave por, no m�nimo, tr�s raz�es: pelo fato de a presidente ter perdido autoridade, pelo enfraquecimento da coaliz�o e pela baixa popularidade de Dilma. Por outro lado, as for�as que se op�em a ela n�o t�m horizonte claro a perseguir. N�o sabemos a qual dire��o a presidente quer levar o Pa�s."

Segundo Sallum, como n�o estamos vendo uma coaliz�o definida e clara, que trabalhe especificamente pelo impeachment, "n�o se pode dizer que hoje haja benefici�rios. Como funciona o processo? Voc� tem oposi��es, que se organizam contra o presidente, mas ao mesmo tempo se organizam em favor do vice. Na �poca do ex-presidente Fernando Collor, houve isso: uma coaliz�o entre PMDB, PSDB e PT, que se articularam contra o Collor, conseguiram maioria e atra�ram ex-aliados do ex-presidente. � isso que n�o existe hoje".

Questionado se as ruas podem hoje estimular esse movimento, ele respondeu que os movimentos de rua n�o t�m a menor condi��o de fazer isso hoje. "As mobiliza��es da �poca do Collor foram articuladas com partidos e por uma rede de mais de 100 organiza��es. Os movimentos de hoje, desde os de 2013, n�o t�m condu��o partid�ria. As ruas hoje empurram os partidos, mas n�o s�o empurradas pelos partidos. Parece que hoje a rela��o � inversa �quela verificada na �poca de Collor. Em geral, mobiliza��es sempre t�m um cordel, s�o puxadas por aqueles que fazem parte do sistema pol�tico, mesmo em posi��o secund�ria. A quest�o � que os partidos n�o est�o conseguindo dar dire��o � demanda. Os partidos est�o muito desorganizados, t�m alas diferentes com dificuldade de manter uma unidade, t�m fac��es que agem de formas distintas."

Para o soci�logo, h� hoje tentativas, amea�as, 'pautas-bomba'. "Mas os obst�culos s�o muito grandes para se alcan�ar o impedimento. Os sinais ainda n�o s�o totalmente claros, n�o � um movimento que ser� facilmente bem-sucedido. As dificuldades jur�dicas e pol�ticas ser�o bastante grandes, n�o vejo o impeachment vis�vel no horizonte, embora haja movimentos nessa dire��o."

Sobre o peso da Opera��o Lava Jato nesse contexto, o soci�logo avalia que "o problema � que a Lava Jato mostra de um lado que as institui��es est�o funcionando extraordinariamente bem do ponto de vista institucional, produzindo minibombas pol�ticas. Isso tornam dif�ceis as associa��es - as agrega��es, digamos - entre os pol�ticos, porque eles s�o pass�veis de processos. Todos os mecanismos de articula��o pol�tica est�o sujeitos a receber o impacto da Lava Jato. Depois que o Eduardo Cunha foi envolvido nas investiga��es, a C�mara passou a ser uma fonte potencial de obst�culos".


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