
Em palestra para empres�rios da regi�o Centro Oeste nesta ter�a-feira o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou o ajuste fiscal promovido pelo governo federal, classificando-o como "p�fio". Cunha disse que o Pa�s vive uma "crise de confian�a" e, sem citar nominalmente a presidente Dilma Rousseff, parodiou a declara��o da petista sobre dobrar metas n�o estabelecidas.
Cunha disse que as crises pol�tica e econ�mica enfrentadas pelo Brasil s�o "irm�s siamesas", mas que a prioridade � debelar os entraves pol�ticos. "� preciso que a gente saiba enfrentar as duas separadamente, mas a prioridade � sempre resolver a crise pol�tica porque ela te proporciona as condi��es pol�ticas para enfrentar a crise econ�mica. A crise pol�tica permite a imagem da seguran�a para aqueles que querem enfrentar a crise econ�mica", disse Cunha em palestra na terceira edi��o do evento "Vis�o Capital", promovido pelo "Jornal de Bras�lia".
Cunha afirmou que o Pa�s vive uma "crise de confian�a" e que o ajuste fiscal promovido pelo governo � "p�fio". "Muito do que a gente vive da crise econ�mica de hoje n�o (�) s� por modelos equivocados que possam ter sido implantados no passado na administra��o da economia, mas � tamb�m pela perda da confian�a que a sociedade tem no comando da economia", afirmou.
"Vivemos, mais que a crise econ�mica, a crise de confian�a. O ajuste fiscal, em si, � p�fio e ele n�o tem nem relev�ncia num�rica no problema da falta de super�vit. Ele � muito mais simb�lico, com o objetivo de mostrar que se tem controle sobre as contas p�blicas e, consequentemente, voc� gerar perante os investidores a seguran�a de que o dinheiro vai ser aplicado num Pa�s que vai dar certo", disse Cunha, acrescentando que "a confian�a tem que ser restabelecida".
"Deixamos de ser a bola da vez aos olhos da comunidade internacional. Precisamos voltar a ser a bola da vez", disse o peemedebista.
Reforma tribut�ria
Aos empres�rios, Eduardo Cunha falou da discuss�o que corre na C�mara sobre reforma tribut�ria. Ele se posicionou contra o aumento da carga tribut�ria, solu��o, segundo o peemedebista, "longe de ser inteligente".
Ao prometer colocar em vota��o o texto que sair da comiss�o que discute o tema na Casa entre setembro e outubro, concluindo-a at� o final do ano, Eduardo Cunha parodiou uma declara��o de Dilma Rousseff feita em julho deste ano, quando ela tentava explicar a meta estabelecida para o Pronatec.
"Como diria..., primeiro a gente atinge a meta. Depois a gente dobra a meta. (risos) Vamos tentar atingir a meta e, depois, se poss�vel, a gente dobra. Vamos chegar e atingir esse objetivo e, atingido esse objetivo, a gente espera poder tratar de coisas que tenham a ver com o Centro Oeste, ver o que � poss�vel dentro do nosso Pa�s atingir", afirmou Cunha, sem mencionar o nome de Dilma, arrancando risos contidos da plateia.
A frase utilizada por advers�rios para ironizar a presidente ganhou grande repercuss�o nas redes sociais: "N�o vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta", disse Dilma sobre o Pronatec Aprendiz em 28 de julho.
Questionado por um dos empres�rios sobre o "clima pol�tico" para que a presidente Dilma conclua seu mandato, Cunha se esquivou. "Prefiro n�o entrar neste tipo de debate. Seria alimentar um tipo de debate que n�o cabe a mim. Prefiro n�o responder. O dia a dia vai acabar respondendo", afirmou.