No aguardo de decis�o de Janot, Cunha prepara nota alegando ser alvo de 'acord�o'

Bras�lia - No aguardo da confirma��o de que ser� denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passou a discutir com aliados a elabora��o de uma nota em que dever� alegar ser alvo de um "acord�o" para tentar enfraquec�-lo no comando da Casa.

Cunha tem discutido desde essa quarta, 19, com um pequeno grupo de deputados, o "tom" que dever� ser adotado no documento, previsto para ser publicado logo ap�s a confirma��o a den�ncia contra ele no STF por parte do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot.

As den�ncias, por corrup��o e lavagem de dinheiro, ser�o as primeiras no �mbito das investiga��es da Opera��o Lava Jato envolvendo pol�ticos com prerrogativa de foro. Elas s�o baseadas em depoimentos de delatores e em provas colhidas pelo Minist�rio P�blico Federal em diversas fases da investiga��o, entre elas as buscas em im�veis de Collor, na chamada Opera��o Politeia, em julho.

De acordo com deputados envolvidos na discuss�o da nota, rascunhada pelo presidente da C�mara, o "tom ser� duro" e o peemedebista deve ressaltar o fato de nenhum parlamentar petista, investigado na Lava Jato, ser at� o momento alvo de den�ncia no STF.

"O tom ser� duro, mas n�o agressivo. Ele questionou durante a elabora��o do texto porque ele e n�o o PT?", disse um deputado que chegou a ler trechos da nota rascunhada ontem por Cunha. A avalia��o do grupo do peemedebista � de que ele virou alvo principal das investidas de Janot, ap�s romper com o Pal�cio do Planalto.

No documento, a princ�pio, o foco ser� o PT e n�o haver� men��es ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado na Lava Jato, mas que poder� ter o processo arquivado em raz�o da falta de materialidade da acusa��o.

Embora Renan n�o seja citado, a tend�ncia � de Cunha "cutucar" Janot e criticar a condu��o dele nas investiga��es. Segundo relatos, o peemedebista ficou irritado com o tom que o PGR adotou em oficio encaminhado ao l�der do PSOL, Chico Alencar (RJ), no qual o deputado fluminense pede informa��o sobre as dilig�ncias feitas pelo MPF nos computadores da C�mara.

Segundo Alencar, Cunha disse em reuni�o de l�deres do �ltimo dia 11, que na coleta de dados feita por integrantes do MPF, com autoriza��o do Supremo Tribunal Federal (STF), houve acesso a dados de todos os 513 deputados. Janot disse em documento enviado ao l�der do PSOL que as declara��es de Cunha eram "levianas".

A informa��o da resposta de Janot a Chico Alencar chegou ao conhecimento de Cunha no momento em que ele discutia o texto, que dever� ser divulgado ap�s a oficializa��o da den�ncia. "Janot ter� um espa�o nesta nota" afirmou um deputado envolvido na discuss�o do texto.