
Bras�lia - O governo da presidente Dilma Rousseff superou o n�mero de ministros nomeados na compara��o com os dois governos anteriores, de Luiz In�cio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Desde que assumiu a Presid�ncia, em janeiro de 2011, foram nomeados 89 titulares de pastas com status de minist�rios, incluindo �rg�os da Presid�ncia da Rep�blica. Nos cinco primeiros anos de mandato, Lula teve 74 ministros e FHC, 70. Antes de assumir o segundo mandato, a presidente fez uma reforma ministerial em que quatro titulares foram trocados de pastas, 15 mantidos e outros 20 novos nomes anunciados. Outra grande mudan�a ocorreu no primeiro ano de governo, quando sete ministros ca�ram – seis envolvidos em casos de corrup��o. O Planalto tem desenhado nas �ltimas semanas um novo cen�rio em resposta � crise pol�tica e econ�mica.
Hoje, s�o 39 �rg�os com status de minist�rio e 38 ministros. A Secretaria de Rela��es Institucionais (SRI) perdeu o titular em abril, quando o vice-presidente Michel Temer assumiu oficialmente a fun��o de articulador pol�tico. Com a iminente sa�da do peemedebista do cargo, Dilma deve chegar em breve ao n�mero de 90 nomeados. Do atual quadro, o PT tem 13 pastas, seguidas pelo PMDB, com sete e o PSD com duas. PCdoB, PR, PDT, PTB e PRB t�m um minist�rio cada.
Os outros 11 n�o t�m partido. No mandato da petista, os �nicos que est�o lotados na mesma pasta desde o come�o s�o Alexandre Tombini (Banco Central), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Jos� Eduardo Cardozo (Justi�a), Jos� Elito Carvalho Siqueira (Gabinete de Seguran�a Institucional) e Luis In�cio Adams (Advocacia-Geral da Uni�o). Aloizio Mercadante come�ou na Ci�ncia e Tecnologia, passou pela Educa��o e est� na Casa Civil desde fevereiro de 2014. No governo Lula, cinco ministros permaneceram durante todo o mandato, sendo quatro sem trocas de pastas. Na gest�o de FHC foram seis titulares, dois passaram por mais de um minist�rio.
HABILIDADE A defici�ncia na articula��o pol�tica da presidente Dilma � um dos fatores apontados pelo mestre em ci�ncia pol�tica Lucas de Arag�o para explicar a rotatividade. Ele lembra que Lula tinha melhor capacidade de di�logo e negocia��o e alta popularidade, al�m de governar em um per�odo econ�mico mais favor�vel, com baixa infla��o, desemprego controlado e alto crescimento econ�mico.
“Como Dilma n�o tem nada disso, recorre ao mais �bvio para ganhar apoio, que � a distribui��o de cargos e consequentemente o incha�o da m�quina”, aponta o tamb�m s�cio-diretor da consultoria Arko Advice. Para o especialista, a fragilidade dos partidos como institui��es agrava o cen�rio. “Como o poder no Brasil emana de maneira pessoal e n�o institucional a negocia��o tem que ser pessoal”, completa.
Para o senador Jos� Agripino (DEM-DF), as nomea��es de Dilma s�o ineficazes para garantir apoio pol�tico porque falta incluir os aliados nas decis�es do governo. “N�o tem satisfa��o porque eles d�o o minist�rio, mas a opera��o da m�quina � petista. Indicam os cargos, mas n�o d�o as condi��es m�nimas para se ter um poder maior de decis�o”, critica. Ele cita ainda incompatibilidade entre titulares de outros partidos e o perfil de funcion�rios do segundo e terceiro escal�es, muitas vezes ligados ao PT, e atribuiu a rotatividade ainda a uma preval�ncia de perfil pol�tico nas escolhas, em vez de t�cnicos.
Na avalia��o do ex-l�der do governo na C�mara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a diferen�a do n�mero de ministros n�o � significativa e todos os governos de presidencialismo de coaliza��o no Brasil foram similares na distribui��o de cargos. Ele acredita que fatores externos � habilidade pol�tica da presidente Dilma possam explicar o aumento de ministros. “Uma poss�vel leitura � pela pr�pria evolu��o do sistema pol�tico, j� que n�s temos observado uma fragmenta��o com o aumento do n�mero de partidos”, afirmou.
Ministros
89
nomeados por Dilma
em quatro anos e meio
74
nomeados por Lula nos cinco primeiros anos de mandato
70
nomeados por FHC nos cinco primeiros anos de mandato