Bras�lia - A c�pula do PMDB do Senado costurou um acordo com o governo para reconduzir o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. O maior partido da Casa, que tem 17 dos 81 senadores, j� sinalizou que atuar� para garantir a prorroga��o do mandato do chefe do Minist�rio P�blico Federal por mais dois anos.
A animosidade na Casa com Janot vinha desde mar�o, com a abertura de 13 inqu�ritos contra senadores na Opera��o Lava Jato - quatro dos quais peemedebistas, um deles o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Em julho a rejei��o ao nome de Janot chegou a ser tratada como um risco real por tr�s l�deres da Casa, logo ap�s a opera��o de busca e apreens�o avalizada pelo procurador contra os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE).
Mas, nas �ltimas semanas, peemedebistas entraram em campo para diminuir resist�ncias ao procurador-geral. Primeiro, atuaram em 5 de agosto para dissuadir uma rebeli�o liderada por Collor para barrar, em vota��o secreta, um indicado por Janot ao Conselho Nacional do Minist�rio P�blico. Senadores queriam dar um "susto" em Janot com a rejei��o a um novo mandato do procurador regional da Rep�blica F�bio George Cruz da N�brega. Mas n�o houve sucesso e N�brega obteve 51 votos a favor - ele precisava de ao menos 41 votos favor�veis.
Dois dias depois, em viagem oficial, a presidente Dilma Rousseff avisou ao senador Romero Juc� (PMDB-RR) que iria reconduzir Janot. Aliado de Renan, Juc� - tamb�m alvo da Lava Jato - garantiu-lhe que o nome seria aprovado. N�o houve mudan�as no apoio com as den�ncias de Janot, na semana passada, contra Collor e o tamb�m peemedebista Eduardo Cunha (RJ), presidente da C�mara. "Vai ser uma sabatina longa, dura, como devem ser todas elas, mas Janot ser� aprovado", disse o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (CE), ao jornal O Estado de S.Paulo.
Crise
A avalia��o de integrantes do PMDB e outros partidos � que rejeitar Janot poderia trazer a crise pol�tica para o Senado. Na semana passada, quando j� sabia que Cunha seria denunciado, Renan deu o tom de sua atua��o. "Vou demonstrar completa isen��o e grandeza como presidente do Senado. Vamos fazer a sabatina, vou conversar com os l�deres para que n�s votemos no mesmo dia, para que definitivamente o Senado possa demonstrar que n�o vai permitir o amesquinhamento dessa aprecia��o", afirmou.
O principal foco de incerteza � Collor, maior cr�tico p�blico � atua��o de Janot. O ex-presidente j� apresentou um voto em que questiona a gest�o do atual procurador. "Ele (Collor) � inst�vel", reconheceu um l�der aliado que atua para "segurar" o �mpeto do ex-presidente.