Bras�lia - O an�ncio de que a presidente Dilma Rousseff far� uma reforma administrativa, com redu��o de minist�rios e corte de cargos comissionados, pegou integrantes da base do governo no Congresso de surpresa e abriu um novo foco de tens�o na j� conflagrada rela��o dos aliados com o Pal�cio do Planalto. A oposi��o, por sua vez, criticou o "atraso" da medida.
Houve cr�ticas tamb�m ao momento do an�ncio - mesmo dia em que o vice-presidente Michel Temer deixou a articula��o pol�tica do governo. A medida motivou at� o discurso de quem quer deixar a base.
Para o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o an�ncio serviu apenas para criar um fato pol�tico a fim de tentar sobrepor as not�cias ruins da �rea econ�mica. "Foi um an�ncio atabalhoado, porque n�o tinha uma decis�o tomada. Queriam criar um fato pol�tico", afirmou o peemedebista.
Cunha voltou a defender a sa�da do PMDB dos minist�rios que est�o sob seu comando. "Todos (os partidos) deveriam entregar (minist�rios), todos deveriam reduzir. O PMDB deveria ser o primeiro a entregar todos, n�o s� a redu��o proporcional, deveria sair da base do governo."
O partido indicou sete ministros: Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Pesca, Avia��o Civil, Portos e Assuntos Estrat�gicos. Al�m disso, a Secretaria de Rela��es Institucionais est� sob responsabilidade da legenda. "O poder ningu�m entrega olimpicamente", disse ao Estado o titular da Secretaria de Avia��o Civil, Eliseu Padilha, bra�o direito de Temer na articula��o pol�tica.
Estaca zero
Com a sinaliza��o de que haver� redefini��o dos espa�os de cada legenda, lideran�as da base consideram que voltar�o � estaca zero as negocia��es iniciadas nos �ltimos meses em torno das indica��es do segundo e terceiros escal�es e da libera��o de emendas parlamentares.
No Planalto, a explica��o para deixar para setembro o an�ncio de quais pastas ser�o extintas � ganhar tempo para a negocia��o com os aliados e, com isso, tentar reorganizar a base.
L�deres aliados lembram, por sinal, que � preciso antes de tudo definir quem conduzir� as novas rodadas de negocia��es, uma vez que Temer comunicou ao Planalto que deixar� o "varejo" da articula��o pol�tica e passar� a atuar em "grandes temas" e discuss�es institucionais. O primeiro gesto de afastamento dever� ser concretizado em setembro, quando Temer passar� uma semana longe do Congresso, em atividades na R�ssia e na Pol�nia.
Padilha assegura que deixar� a atual fun��o na articula��o pol�tica at� setembro, quando Dilma deve concluir os estudos da redu��o dos minist�rios. A ideia � que o ministro se atenha � pasta da Avia��o Civil. Colaboraram Daiene Cardoso, Ricardo Brito e Ricardo Galhardo.