Bras�lia, 29 - Integrantes da c�pula do PMDB e do PT no Senado veem na iniciativa do ministro da Fazenda, Joaquim Levy - de tentar recriar a CPMF -, potencial de desconstruir gestos de aproxima��o entre o Pal�cio do Planalto e a Casa. Desde o in�cio do m�s, o acercamento tem possibilitado ao governo arrefecer a crise pol�tica e evitar derrotas legislativas.
O entendimento � o de que o renascimento pol�tico do deputado, atingido pela den�ncia de envolvimento na Lava Jato, viria com o enterro da discuss�o sobre o tributo. "Na discuss�o da CPMF, o Eduardo Cunha vai sapatear em cima do governo", prev� um interlocutor do Pal�cio do Planalto.
Em discuss�es reservadas, senadores lembram que a �ltima vez em que o ministro Levy tomou a iniciativa de encaminhar ao Congresso proposta com aumento de impostos, sem uma discuss�o pr�via com os parlamentares, foi na medida provis�ria do fim da desonera��o. Em resposta, o presidente do Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu devolver a MP, o que obrigou o governo a enviar um novo texto por meio de projeto de lei, levando ao adiamento da entrada em vigor das novas regras. Desta vez, at� mesmo o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, foi pego de surpresa com a not�cia da recria��o da CPMF.
A pessoas pr�ximas, Renan tem lembrado, entretanto, que iniciativas anteriores do Executivo em tentar criar novas receitas com aumento de impostos j� fracassaram. Na lista de propostas rejeitadas pelos parlamentares est� a que previa a cria��o da Cide sobre servi�os; imposto sobre grandes fortunas e fim da isen��o da Letra de Cr�dito Imobili�rio (LCI) e Letra de Cr�dito do Agroneg�cio (LCA).
Diante da necessidade de o Executivo buscar alternativas para ampliar as receitas, senadores t�m defendido que parte do saneamento das contas da Uni�o passa pela discuss�o de grande temas, como a reforma da Previd�ncia. Outro caminho estudado pelos senadores � a realiza��o de uma triagem dos programas de governo e a elimina��o daqueles com menor potencial de retorno social.
O momento da discuss�o da CPMF tamb�m foi considerado inapropriado, uma vez que a semana vinha sendo coroada de fatos positivos ao governo no campo pol�tico. Na lista de a��es favor�veis dos �ltimos dias, estava o recuo de Eduardo Cunha na vota��o da "pauta-bomba"; a cria��o por parte dos deputados de uma vers�o da Agenda Brasil; a libera��o de R$ 500 milh�es em emendas parlamentares; e o apoio concedido pelo empres�rios em encontro com Dilma.