S�o Paulo e Curitiba - Na den�ncia contra o ex-presidente da Eletronuclear, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, o Minist�rio P�blico Federal afirma que a organiza��o criminosa que instalou um esquema de corrup��o na Petrobras mant�m ramifica��es em outros �rg�os p�blicos federais. Segundo a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato, o grupo atuou de "forma est�vel e permanente com o objetivo de cometer crimes pelo menos at� 5 de agosto de 2015" e avan�ou sobre contratos da Eletronuclear, Caixa Econ�mica Federal e no �mbito do Minist�rio do Planejamento.
Nesta ter�a-feira, 1, Othon Luiz e mais 14 alvos da Opera��o Radioatividade - desdobramento da Lava-Jato - foram denunciados formalmente � Justi�a Federal em Curitiba, base das investiga��es. Eles s�o acusados de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. Al�m de Othon Luiz, preso desde 28 de julho, s�o acusados o presidente da Andrade Gutierrez, Ot�vio Marques de Azevedo, e o ex-presidente da empreiteira, Rog�rio Nora de S�.
Os procuradores arrolaram 14 testemunhas de acusa��o, entre as quais 8 auditores do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e dois delatores da Lava-Jato, o ex-presidente da construtora Camargo Corr�a, Dalton dos Santos Avancini, e o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa.
"A organiza��o criminosa, em seu �pice, � a mesma que se instaurou no �mbito da Petrobras e que ramifica tent�culos em diversas entidades e �rg�os da administra��o, tais como a Eletronuclear, a Petrobras, a Caixa Econ�mica Federal, Minist�rio do Planejamento, etc", aponta a den�ncia.
A Procuradoria estruturou a organiza��o criminosa em 'n�cleos b�sicos': econ�mico, administrativo, financeiro-operacional e pol�tico. A den�ncia destaca ainda envolvimento de outra empreiteira, a Engevix, cujo diretor foi preso na 7ª fase da Lava-Jato, em novembro de 2014.
"O n�cleo econ�mico, formado pelos executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, os quais ofereciam e prometiam vantagens indevidas a Othon Luiz, em raz�o de crimes envolvendo licita��es, contratos e aditivos que tinham interesse na Eletronuclear. Al�m disso, efetivamente pagavam vantagens indevidas ao ent�o presidente da Eletronuclear mediante reiteradas opera��es de lavagem", afirma a Procuradoria.
Segundo a den�ncia, o n�cleo administrativo era integrado por Othon Luiz, ent�o presidente da Eletronuclear, "o qual solicitava, aceitava promessas e recebia vantagens indevidas pagas pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix em raz�o do cargo que ocupava com o fim de proteger interesses das empresas no �mbito da estatal".
"Para tanto, utilizava opera��es de branqueamento de capitais para dar apar�ncia l�cita aos recursos que auferia".
O n�cleo financeiro operacional, segundo a den�ncia, era formado pelos acusados que teriam intermediado o repasse de propina da Andrade Gutierrez e da Engevix para a empresa Aratec Engenharia, de Othon Luiz, "apenas com intuito de dar apar�ncia l�cita �s opera��es de repasse".
As investiga��es que culminaram com a pris�o do almirante Othon Luiz tiveram in�cio com a dela��o premiada de Dalton Avancini. O empres�rio revelou que participou de uma reuni�o, em 2014, com outros empreiteiros, na qual se falou sobre "certos compromissos do pagamento de propina ao PMDB (1%) e a dirigentes da Eletronuclear". Em seu relato, citou o nome do almirante Othon Luiz.
"O n�cleo pol�tico, como se extrai da colabora��o de Dalton Avancini, ao final da licita��o dos contratos de montagem eletromec�nica, foi efetuada, em setembro de 2014, uma reuni�o na sede da UTC na qual foram discutidas solicita��es de vantagens indevidas oriunda de pol�ticos", aponta a den�ncia.