Zurique, 14 - O Minist�rio P�blico da Su��a elogia o trabalho da Procuradoria-Geral da Rep�blica do Brasil e diz estar "impressionado com a coragem" da luta contra a corrup��o no MP brasileiro. Em discurso realizado na manh� desta segunda-feira, em Zurique, Michael Lauber, procurador-geral da Su��a, fez quest�o de citar o caso de corrup��o da Petrobras na abertura da reuni�o anual da Associa��o Internacional de Procuradores. Rodrigo Janot, procurador-geral da Rep�blica, estava programado para fazer um discurso, mas acabou cancelando a viagem diante de sua posse.
"Estamos impressionados pela coragem deles (brasileiros )", afirmou Lauber. "Eles lutam com convic��o e com a certeza de estar fazendo a coisa certa, com o respeito ao estado de direito", completou. Brasil e Om� foram os �nicos pa�ses mencionados no discurso a um plen�rio para procuradores de todo o mundo.
A colabora��o entre o Brasil e a Su��a permitiu o congelamento de mais de US$ 400 milh�es em contas relacionadas com os ex-funcion�rios da Petrobras. " Queremos lutar contra a corrup��o de forma s�ria ", disse Lauber. " Contribu�mos, portanto, com diversos pa�ses e sabemos que isso � crucial para levar casos adiante ", comentou.
Entretanto, o governo su��o tamb�m afirma que outras pra�as financeiras receberam valores potencialmente superiores aos que foram depositados nos bancos do pa�s alpino em propinas relacionadas ao esquema de corrup��o na Petrobras. "Sabemos que h� mais dinheiro fora daqui", disse o respons�vel pelo Departamento de Direitos Internacional da chancelaria su��a, Valentin Zellweger.
Segundo ele, outras pra�as financeiras t�m ainda mais dinheiro que a Su��a cuja origem seria o esquema na estatal brasileira. "Mas elas n�o comunicam", declarou.
Questionado sobre como os bancos acabaram aceitando esses milh�es de d�lares de ex-executivos da Petrobras sem questionamentos, o embaixador insistiu que a estrutura montada foi "sofisticada". Segundo ele, o dinheiro depositado passou por v�rias sociedades antes de chegar at� as contas na Su��a. Zellweger insistiu que era dif�cil ver em muitas ocasi�es que o dinheiro se referia a pessoas politicamente expostas.
Mas ele mesmo admitiu que o sistema financeiro su��o precisa "fazer mais" para evitar tais situa��es. "N�o temos um sistema 100% limpo. Mas nosso objetivo � o de minimizar os riscos", comentou.
Para o embaixador, a Su��a fez prova de transpar�ncia ao anunciar a exist�ncia de US$ 400 milh�es bloqueados nas contas do pa�s. Uma investiga��o foi aberta em abril de 2014 e, em mar�o de 2015, o Minist�rio P�blico do pa�s revelou 300 contas em 30 bancos diferentes com dinheiro fruto da corrup��o. Em julho, a Su��a ainda anunciou que estava ampliando a investiga��o para tamb�m tratar da Odebrecht. Do total bloqueado, US$ 120 milh�es foram devolvidos aos cofres brasileiros.