O procurador da Rep�blica Carlos Fernando dos Santos Lima, da Opera��o Lava-Jato, informou nesta segunda-feira que Jos� Antunes Sobrinho, ex-executivo da empresa Engevix, tentou entrar em contato com testemunhas para “alterar a verdade dos fatos”. Sobrinho foi preso na 19ª fase da opera��o. A nova etapa de investiga��es �, segundo o procurador, um “rescaldo de opera��es anteriores”, que se revelaram insuficientes.
Nessa etapa, PF e Minist�rio P�blico Federal (MPF) investigam um contrato de R$ 140 milh�es envolvendo a Engevix e a Aratec – a �ltima empresa ligada ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, que est� preso em Curitiba. Ainda n�o h� uma estimativa sobre quanto foi destinado ao pagamento de propinas.
“O valor desviado ser� objeto da per�cia. S� depois poderemos dizer quanto foi desviado”, disse o procurador, ao informar ter identificado pagamentos de propina a partir de movimenta��es financeiras feitas em janeiro deste ano.
Em depoimento � Pol�cia Federal, Othon Pinheiro da Silva disse que os pagamentos recebidos pela Aratec, por meio da Eletronuclear, e citados pela acusa��o, ocorreram antes da assinatura do contrato com o cons�rcio de Angra 3. Segundo ele, os valores referem-se a servi�os de tradu��o prestados por sua filha. Ele afirmou tamb�m na PF que, ap�s ingressar na estatal, passou o comando da empresa para a filha.
Neste momento, a PF est� cumprindo um mandado de pris�o tempor�ria contra um lobista encarregado de fazer lavagem de parte do dinheiro desviado. O nome dele n�o foi informado sob a justificativa de que pode comprometer as a��es. “Ele talvez seja um dos maiores operadores da �rea internacional”, limitou-se a dizer o procurador. Segundo ele, as investiga��es chegaram a esse suspeito ap�s seguir os valores desviados da Petrobras.
Eletronuclear e Petrobras
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os casos envolvendo a Eletronuclear e a Petrobras t�m liga��o. A opera��o investiga se um esquema de compra de apoio pol�tico e partid�rio teve in�cio na Casa Civil, durante o governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
“Quando falo que investigamos esquema de compra de apoio pol�tico-partid�rio, digo que os casos [envolvendo a Eletronuclear e a constru��o da Usina Nuclear Angra 3] s�o conexos [�s investiga��es sobre a corrup��o na Petrobras] porque dentro deles est� a mesma organiza��o criminosa, com pessoas ligadas a partidos pol�ticos”, disse o procurador, em entrevista � imprensa.
Segundo o procurador, n�o h� “rela��o direta e comprovada” entre esta etapa de investiga��es e o ex-ministro da Casa Civil, Jos� Dirceu, mas “n�o h� a menor d�vida [do envolvimento da] Casa Civil durante o governo de Lula”. Dirceu est� preso na Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba, em fun��o das investiga��es da 17ª fase da Opera��o Lava Jato.
“Nossas investiga��es abrangem a Eletronuclear e Angra 3. N�o h� rela��o direta com Petrobras, mas com compra de apoio pol�tico. J� obtivemos documentos banc�rios que comprovam [repasse de valores feitos aos envolvidos no caso]. Isso aconteceu at� 2015. Portanto mostra que, mesmo com as pris�es [j� feitas], continuam o mesmo esquema, s� que em outra estatal”, disse o procurador Carlos Lima.
Com Ag�ncia Brasil