Ap�s a ex-ministra da Secretaria de Rela��es Institucionais Ideli Salvatti ser nomeada assessora de Acesso a Direitos e Equidade da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), em Washington, o governo indicou o marido da petista para o cargo de ajudante da Subsecretaria de Servi�os Administrativos e de Confer�ncias na Junta Interamericana de Defesa, tamb�m na capital americana. As nomea��es geraram desconforto na pr�pria OEA, no Itamaraty e entre militares.
A nomea��o foi feita antes de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ter anunciado o novo corte no Or�amento e severas restri��es de gastos p�blicos para enfrentar a crise econ�mica. A portaria de transfer�ncia do marido de Ideli foi assinada no dia 5 de agosto pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, a pedido da ex-ministra.
Ideli inicialmente procurou o Ex�rcito para pedir a designa��o de Figueiredo. Mas foi avisada de que essas nomea��es passam por um processo de sele��o, onde v�rios fatores s�o analisados e que a For�a n�o dispunha dessa vaga. Ideli, ent�o, recorreu a Wagner, que atendeu seu pedido, e assinou a portaria avocando o par�grafo �nico do artigo 1º do decreto 2.790 de 1998, que dizia que "ao ministro do Estado Maior das For�as Armadas � delegada compet�ncia" para baixar atos relativos aos militares que servem naquele �rg�o (OEA) e que, nas For�as, a prerrogativa � dos comandantes.
Um m�s depois, esse decreto foi revogado e os comandantes perderam essa prerrogativa, sem serem avisados. Diante da repercuss�o negativa entre os militares, o governo foi obrigado a recuar.
Requisitos
Com a nomea��o de Figueiredo, o Brasil passar� a contar com 19 militares na Junta Interamericana de Defesa: 11 oficiais e oito pra�as. Conforme o Minist�rio da Defesa, trabalham na entidade 57 militares e civis de 23 dos 27 Estados-membros. A Junta tem a fun��o de prestar � OEA "servi�os de assessoramento t�cnico, consultivo e educativo sobre temas relacionados com assuntos militares e de Defesa".
Figueiredo, de acordo com a pasta, exercer� atribui��es em fun��es administrativas. A "miss�o � do tipo transit�ria e de natureza militar", conforme portaria de designa��o. A jornada de trabalho � de 32 horas semanais. O minist�rio afirma que Figueiredo "preenche os requisitos necess�rios para ocupar o cargo".
No in�cio do ano passado, o marido da ex-ministra j� tinha sido alvo de uma pol�mica. Ele foi designado para sua primeira miss�o internacional pelo ent�o ministro da Defesa Celso Amorim para que fosse � R�ssia, por duas semanas, integrando uma comiss�o de dez pessoas que foi avaliar o sistema antia�reo Pantsir-S, que o Ex�rcito brasileiro estava interessado em comprar. Sua habilita��o e forma��o para a fun��o foram questionadas para a miss�o, mas o marido de Ideli explicou que fora escolhido porque fala russo.
Apesar de trabalhar em Washington, Ideli n�o dever� seguir para Nova York para se encontrar com a presidente Dilma, que chegou nesta sexta-feira, 25, aos EUA.
A reportagem procurou Ideli e Figueiredo, mas eles n�o responderam aos contatos feitos.