Em meio � volta da pol�mica envolvendo a recria��o de um partido pol�tico com apoio do governo para rivalizar com o PMDB, o ministro Gilberto Kassab (Cidades), respons�vel pela nova sigla, e os peemedebistas Michel Temer, vice-presidente da Rep�blica, e Eduardo Cunha (RJ), presidente da C�mara, reuniram-se em jantar na noite de segunda-feira, 28.
Ao deixar o jantar, pouco antes da meia-noite, Kassab disse que n�o estava acompanhando de perto o desenrolar da cria��o de seu novo partido e afirmou que "parece" que ainda faltavam algumas assinaturas para que o Partido Liberal (PL) sa�sse do papel.
Nesta segunda-feira, o Minist�rio P�blico Eleitoral encaminhou parecer contra um recurso do Partido Liberal que pede para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rever a decis�o que negou o registro da sigla. Segundo o Minist�rio P�blico, o partido obteve 440 mil assinaturas, menos do que as 486,6 mil exigidas.
Kassab conta com o apoio do governo para montar o novo partido que, inicialmente, apenas se coligaria com o PSD, primeiro partido criado pelo atual ministro das Cidades. No entanto, a ideia � fundir as duas legendas para rivalizar com o gigante PMDB, maior bancada da C�mara, com 66 deputados. Hoje, o PSD tem 34 representantes na Casa.
O ministro pediu que a presidente Dilma Rousseff adiasse a publica��o da san��o � reforma pol�tica aprovada pelo Congresso, o que estava previsto para a �ltima sexta-feira. Pela legisla��o atual, parlamentares podem migrar para uma legenda nova nos 30 dias seguintes � cria��o do partido sem perder o mandato. J� no texto que saiu do Legislativo, a janela partid�ria s� existe no s�timo m�s antes da elei��o, desde que seja o �ltimo ano do mandato daquele parlamentar que deseja fazer a troca. Ou seja, pela nova regra, deputados s� poder�o mudar de partido em 2018.
Kassab esperava poder criar seu partido antes da publica��o das novas regras, mas, como o caso do PL s� ser� apreciado pelo TSE na quarta-feira, 30, a esperan�a do ministro � um improv�vel veto presidencial.
Financiamento privado
O veto mais prov�vel � o do financiamento privado de campanha, atividade que j� foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - a presidente Dilma Rousseff j� teria assinado o veto antes de viajar semana passada para Nova York e a expectativa � de que o veto seja publicado at� amanh�. Este foi o �nico tema pol�tico a entrar na pauta do jantar de segunda-feira, segundo quem participou do encontro.
Defensor do financiamento privado, Cunha se afastou da mesa de jantar para falar ao telefone com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a possibilidade de a Casa comandada pelo peemedebista alagoano votar em um �nico dia os dois turnos de uma Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) j� aprovada na C�mara que permite que empresas doem a campanhas pol�ticas. Renan e Cunha se reunir�o nesta manh� para tratar do assunto.
Amenidades
Quem participou do jantar disse que o clima foi o tempo todo tranquilo, mesmo diante da pol�mica entre Kassab e o PMDB. Antes de cantar "Parab�ns" para Cunha, houve discursos e conversas amenas.
Comentou-se sobre o ritmo das vota��es na C�mara, cujas sess�es �s vezes se estendem at� a madrugada, gerando indigna��o entre os parlamentares mais velhos. Em suas �ltimas horas como presidente da Rep�blica interino, Michel Temer exp�s uma lembran�a de sua juventude, quando foi ao cinema assistir a um filme sobre a hero�na francesa Joana d'Arc, queimada viva em 1430 sob acusa��o de bruxaria. Temer disse que um gaiato que j� havia assistido ao filme anteriormente gritou o nome de Joana no exato momento em que, subindo uma escadaria, olha para tr�s.