Apenas quatro a��es criminais j� julgadas na Opera��o Lava Jato, envolvendo duas das maiores empreiteiras do Pa�s, confirmam pagamento de R$ 200.595.035,94 em propinas �s diretorias de Abastecimento e de Servi�os da Petrobras. De acordo com as senten�as do juiz federal S�rgio Moro, que conduz as a��es da Lava Jato, parte dos valores foi recebida pelo ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, pelos ex-diretores da estatal Renato Duque (Servi�os), Nestor Cerver� (Internacional) e Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e pelo ex-gerente de Engenharia da companhia Pedro Barusco.
O rombo global nos cofres da estatal petrol�fera alcan�ou R$ 6,2 bilh�es, segundo o pr�prio balan�o da companhia - mas pode chegar a R$ 19 bilh�es, segundo investiga��es da Pol�cia Federal. O resumo das quatro condena��es que confirmam repasses de R$ 200,5 milh�es foi inclu�do por S�rgio Moro no decreto de pris�o preventiva do empres�rio Jo�o Augusto Henriques, apontado como lobista do PMDB na estatal petrol�fera e acusador do presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - Henriques disse � PF que abriu uma conta na Su��a para depositar propinas para o peemedebista.
O destaque do juiz federal de Curitiba foi inserido no despacho de pris�o preventiva de Henriques, dois dias depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) fatiou a Lava Jato, tirando de suas m�os importantes desdobramentos da investiga��o que tem raiz na Petrobras.
Costa e Barusco fizeram dela��o premiada e admitiram envolvimento com o esquema de corrup��o na Petrobras. Duque e Cerver� negam. O juiz Moro aponta que intermediaram o pagamento das propinas e se encarregaram da lavagem de dinheiro o doleiro Alberto Youssef, o empres�rio J�lio Camargo e os lobistas M�rio G�es, Adir Assad e Fernando "Baiano" Soares, ligado ao PMDB. Youssef, Camargo, G�es e Baiano s�o delatores na investiga��o.
Dalton dos Santos Avancini, que foi presidente da empreiteira, e Eduardo Leite, ex-diretor vice-presidente da empresa, pegaram 15 anos e dez meses de reclus�o. Os dois fizeram dela��o premiada nos autos da Lava Jato e, por isso, o juiz S�rgio Moro concedeu a eles regime de pris�o domiciliar.
A OAS, outra condenada na Lava Jato, nega ter participado do esquema. Segundo a senten�a, a empreiteira pagou propina de R$ 29.223.961,00 tamb�m na Diretoria de Abastecimento. O empres�rio Jos� Aldem�rio Pinheiro, o L�o Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, e Agenor Medeiros, ex-diretor-presidente da �rea internacional, foram condenados a 16 anos e 4 meses de reclus�o. Os executivos Mateus Coutinho de S� Oliveira, ex-diretor financeiro, e Jos� Ricardo Nogueira Breghirolli pegaram onze anos de reclus�o e Fernando Stremel foi condenado a quatro anos em regime aberto.
Na Diretoria Internacional, a senten�a de S�rgio Moro apontou R$ 54.517.205,85 em propinas pagas em contratos de fornecimento de navios-sondas. Teriam recebido parte dos valores o ex-diretor Nestor Cerver� e o lobista Fernando Baiano, ambos condenados. Cerver� pegou 12 anos e 3 meses de pris�o e Baiano, 16 anos.
Na segunda-feira, 21, a Justi�a Federal condenou o ex-diretor de Servi�os da Petrobras Renato Duque a 20 anos e oito meses de pris�o por corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e associa��o criminosa - a mais alta pena j� imposta pela Lava Jato. Moro indicou o pagamento de R$ 23.373.653,76 em propinas � Diretoria de Abastecimento e de R$ 43.444.303,00 � Diretoria de Engenharia e Servi�os em outras obras da Petrobras, como as contratadas com o Cons�rcio Interpar e com Cons�rcio CMMS.
Na mesma senten�a, o juiz Moro condenou o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, tamb�m por corrup��o e lavagem de dinheiro, a 15 anos e 4 meses de pris�o. Os mesmo crimes foram atribu�dos a Duque. � a primeira condena��o aplicada ao ex-diretor de Servi�os, apontado como elo do PT no esquema Petrobras, e tamb�m do ex-tesoureiro do partido na Lava Jato.