As audi�ncias das testemunhas de acusa��o do caso Eletronuclear - suposto esquema de propinas nas obras da Usina de Angra 3 - foram suspensas pelo juiz federal S�rgio Moro, que conduz as a��es da Opera��o Lava Jato. Na manh� de 14 de outubro, seriam ouvidos dois empreiteiros-delatores da Lava Jato, Ricardo Pessoa, dono da UTC, e Dalton dos Santos Avancini, ex-presidente da Camargo Corr�a, pe�as emblem�ticas da investiga��o.
S�o r�us, por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, no caso Eletronuclear, 14 investigados, entre eles o ex-presidente da Eletronuclear almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, sua filha Ana Cristina Toniolo, e o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Fl�vio David Barra.
Ricardo Pessoa fez dela��o premiada perante o STF. O empreiteiro citou pelo menos 18 pol�ticos com foro privilegiado e revelou repasses a t�tulo de doa��o para a campanha de reelei��o da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014.
O executivo Dalton Avancini escancarou o caso Eletronuclear. Ele revelou que o executivo Luis Carlos Martins, da Camargo Corr�a, sabia detalhes de suposta propina para o almirante Othon Luiz Pinheiro da Sila, detentor de rela��es pr�ximas com ex-ministros dos governos Lula e Dilma.
Avancini disse ainda � for�a-tarefa da Lava Jato que em agosto de 2014 houve "uma reuni�o na empresa UTC", em S�o Paulo, em que "foi comentado que havia certos compromissos do pagamento de propinas ao PMDB no montante de 1% e a dirigentes da Eletronuclear". Os repasses teriam sido acertados no �mbito das obras de Andra 3.
Al�m das audi�ncias com os empreiteiros-delatores, estavam programados para o dia 19 de outubro os depoimentos de outras testemunhas consideradas muito importantes pelo Minist�rio P�blico Federal - auditores do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e o executivo Luis Carlos Martins.
Auditores da Unidade T�cnica do TCU alertaram para o "car�ter extremamente restritivo" do edital de pr�-qualifica��o, em 2011, lan�ado pela Eletronuclear para as obras da Usina Nuclear Angra 3. Os t�cnicos chegaram a sugerir a suspens�o do certame. No entanto, os ministros do Pleno do TCU mandaram continuar a licita��o.
"No edital de pr�-qualifica��o, foram identificadas cl�usulas de habilita��o que conferiram car�ter extremamente restritivo ao certame, a exemplo da exig�ncia de atendimento de pelo menos quatro subitens por cada consorciada", apontou relat�rio dos auditores do TCU.
Othon Luiz Pinheiro da Silva � suspeito de ter recebido R$ 4,5 milh�es em propina de grandes empreiteiras do Pa�s, via empresas intermedi�rias. Segundo o Minist�rio P�blico Federal, os pagamentos podem ter chegado a R$ 30 milh�es, valor correspondente a 1% dos contratos firmados pela Eletronuclear com empresas consorciadas.
Agora, com a decis�o do Supremo, que mandou suspender o caso Eletronuclear, toda a investiga��o est� parada, inclusive a agenda de depoimentos das testemunhas de acusa��o.