Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff n�o escondeu o abatimento ao saber da decis�o dessa quarta-feira, 7, do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), que rejeitou o balan�o de 2014 do governo.
Dilma acompanhou o julgamento do Pal�cio da Alvorada e disse que vai defender o mandato at� o fim. "N�o existe nada contra mim, n�o posso pagar pelo que n�o fiz", afirmou, segundo relato de um ministro.
A estrat�gia do Planalto para barrar pedidos de impeachment reside agora na Comiss�o Mista de Or�amento. � para l� que vai a recomenda��o do TCU antes de seguir para a aprecia��o dos parlamentares. O governo j� come�ou a esquadrinhar a comiss�o, que ser� encarregada de produzir outro relat�rio, concordando ou n�o com o veredicto do tribunal.
Em nota divulgada na quarta, a Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia disse que o parecer pr�vio do TCU ainda ser� submetido a "ampla discuss�o e delibera��o do Congresso". No texto, o governo v� como "indevida" a pretens�o do TCU de penalizar a��es executadas para manter programas como o Bolsa Fam�lia e o Minha Casa Minha Vida.
Mesmo sem citar o termo pedaladas fiscais, a nota afirma que o governo n�o acha correto considerar il�citas a��es administrativas realizadas "em conson�ncia" com o que antes era julgado adequado pelo TCU.
O Planalto tentou o quanto p�de ganhar tempo e segurar o julgamento de quarta, mas sofreu um rev�s atr�s do outro.
"Cada dia com sua agonia", dizia o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, antes da decis�o do TCU. A ofensiva adotada pela Advocacia Geral da Uni�o para suspender a sess�o do tribunal dividiu o governo e foi definida como um "tiro no p�" por aliados do PMDB.
Correligion�rios do vice-presidente Michel Temer disseram que, ao pedir o afastamento do relator do processo, Augusto Nardes, o governo acabou incentivando o corporativismo dos ministros do TCU, que reagiram com vigor ao carimbo de "suspei��o".
Peemedebistas argumentaram ainda que, se a vota��o n�o tivesse sido un�nime, Dilma teria mais chance de reverter o quadro no Congresso. "N�o vejo nenhum tiro no p�", rebateu Cardozo. "Ou as pessoas t�m convic��o ou n�o t�m. Ser� que um juiz mudaria de posi��o porque um colega foi arguido como suspeito? N�o creio."