
Genebra - O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou o mesmo banco que foi utilizado pelos ex-diretores da Petrobras para desviar milh�es de d�lares em propinas. Fontes pr�ximas � investiga��o confirmaram que a institui��o usada por Cunha foi o Julius Baer, que tamb�m teve como clientes o ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, al�m de Renato Duque e Jorge Zelada.
Em Berna, fontes confirmam que o banco Julius Baer est� colaborando e que foi do banco que veio em abril um informe apontando para suspeitas de lavagem de dinheiro. Oficialmente, a institui��o se recusa a comentar o caso indicando em um e-mail � reportagem que n�o falar� sobre o assunto. A reportagem apurou que um dos fatores que criou surpresa entre os gerentes das contas foi a diferen�a entre a renda de Cunha e os valores movimentados.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o valor congelado teria sido de US$ 2,4 milh�es. Procurado, o Minist�rio P�blico da Su��a n�o comentou a informa��o. Pessoas pr�ximas ao processo tamb�m indicaram que as contas chegaram a ter perto de US$ 5 milh�es e a suspeita em Bras�lia � de que Cunha possa ter outras contas no exterior.
Investigadores, por�m, apontam que o esquema usado por Cunha se assemelha ao de outros envolvidos na Opera��o Lava-Jato. Quem tamb�m era cliente do Julius Baer era o ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. Em mar�o de 2014, suas contas foram bloqueadas. Barusco, assim como Cunha, criou empresas off shore para tentar esconder o dinheiro.
Em 2013, Barusco abriu uma conta em nome de uma empresa de fachada, a Canyon Biew, no banco RBC da Su��a e transferiu do Julius Baer cerca de US$ 7,1 milh�es.
No caso de Cunha, ele abriu empresas de fachada e aparecia apenas como "benefici�rio" desses dep�sitos, ao lado da esposa.
Barusco ainda indicou que, para a abertura das contas na Su��a, utilizou os servi�os do mesmo intermedi�rio que ajudou Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e que tem US$ 23 milh�es bloqueados nos bancos su��os. O intermedi�rio era Bernardo Friburghaus, com escrit�rios no Rio de Janeiro e que desde a eclos�o da opera��o se mudou para Genebra.
Os ex-diretores da petroleira Renato Duque e Jorge Zelada tamb�m contrataram o banco Julius Baer para investir propina recebida de fornecedores da Petrobras em M�naco e na Su��a.
Investiga��o
No Brasil, o Julius Baer � mencionado em investiga��o da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico Federal em inqu�rito de lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e sonega��o fiscal envolvendo uma empresa controlada pela institui��o no Brasil.
A suspeita � que GPS Investimentos Financeiros, comprada pelo banco entre 2010 e 2014, estaria facilitando a evas�o de divisas de clientes brasileiros para para�sos fiscais como Ilhas Jersey, M�naco e Su��a. A den�ncia sob investiga��o � de que esses "recursos depositados no exterior e n�o declarados �s autoridades competentes seriam provenientes de sonega��o fiscal (caixa dois) e estariam sendo enviados pelo grupo empresarial GPS Planejamento Financeiro."
O Julius B�r � hoje o maior private bank independente da Su��a, com mais de 120 anos de atividade. A institui��o atua aplicando o dinheiro dos clientes em outras institui��es financeiras, comprando bens de valor, como joias e obras de arte, entre outros. No total, o banco administra fortunas no valor de US$ 372 bilh�es e conta com escrit�rios em Genebra, Hong Kong, Montevid�u, M�naco, Lugano, Cingapura e Dubai. As investiga��es sobre as atividades da GPS, contudo, n�o tem rela��o com a Lava Jato.
Em nota, o Julius Baer informou que "a GPS � regulada pela CVM (Comiss�o de Valores Mobili�rios) e sob nenhuma circunst�ncia apoia lavagem de dinheiro ou evas�o de divisas, seguindo estritos padr�es de compliance com todos seus clientes." Conforme o banco, a GPS "n�o � corretora nem casa de c�mbio e n�o faz nada em desacordo com a Receita Federal."