
Deputados da oposi��o t�m expectativa de que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceite esta semana o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff apresentado pelos juristas H�lio Bicudo e Miguel Reale J�nior.
A etapa seguinte seria a forma��o de uma comiss�o especial, encarregada de emitir um parecer a ser enviado ao plen�rio. A aposta de que Cunha vai deferir o pedido cresceu depois do encontro do peemedebista com l�deres da oposi��o, na casa do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Rio de Janeiro, no �ltimo s�bado, dia 10.
O l�der do PSDB na C�mara, Carlos Sampaio (SP), ficou encarregado de preparar, com a equipe jur�dica do partido, um adendo ao requerimento de Bicudo e Reale que destacar� a recomenda��o do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) pela rejei��o das contas da presidente Dilma em 2014 e os dados que indicam que as chamadas "pedaladas" continuaram em 2015.
Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Rodrigo Maia negou que tenha promovido reuni�o de l�deres oposicionistas com Cunha e mostrou-se irritado com o vazamento do encontro. Maia disse que a bancada do DEM re�ne-se hoje em Bras�lia para decidir os pr�ximos passos em rela��o ao pedido de impeachment e diante das suspeitas contra Cunha. "Enquanto n�o nos reunirmos, cada um vai falar por conta pr�pria, vai dar uma vers�o do que acha que deve acontecer", reagiu Maia.
Se Cunha deferir o pedido, "queimar�" uma etapa acertada antes com a oposi��o. A ideia inicial era que o presidente da C�mara rejeitasse todos os pedidos de impeachment protocolados na C�mara, o que levaria a oposi��o a recorrer ao plen�rio e insistir no requerimento de Bicudo.
Se a maioria dos deputados votasse pela abertura do processo, a comiss�o especial seria formada. No entanto, se Cunha aceitar o pedido, n�o haver� necessidade de consulta ao plen�rio nesta fase. Os deputados s� se manifestariam sobre o parecer da comiss�o especial. Para ser aprovado, o impeachment precisa do voto favor�vel de pelo menos 342 deputados. A comiss�o especial � formada por 66 deputados titulares e 66 suplentes.
A oposi��o est� em uma situa��o inc�moda. Depende da decis�o de Cunha para fazer avan�ar o impeachment. Ao mesmo tempo, se sente obrigada a uma manifesta��o p�blica diante das den�ncias de que o presidente da C�mara � benefici�rio de contas banc�rias na Su��a, n�o declaradas � Receita Federal.
O Minist�rio P�blico investiga se o dinheiro depositado no exterior, e bloqueado pela Justi�a su��a, � oriundo do esquema de corrup��o na Petrobras. Embora tenham divulgado uma curta nota em que pedem o afastamento de Cunha da presid�ncia da C�mara, os l�deres oposicionistas continuam aliados ao peemedebista nos bastidores.
Uma das alternativas discutidas no s�bado foi que Cunha aceitasse o pedido de impeachment, a comiss�o especial fosse formada e em seguida o presidente da C�mara renunciasse ao cargo. Cunha, no entanto, tem dito que n�o vai abrir m�o da presid�ncia da Casa, conquistada depois de uma elei��o tensa na qual o PT e o governo apostaram no paulista Arlindo Chinaglia (SP), derrotado no primeiro turno.
"� uma forma de Cunha entrar para a hist�ria, mesmo que depois ele seja obrigado a renunciar � presid�ncia, j� que a situa��o � muito dif�cil", diz um oposicionista do Rio. Ele aposta que o presidente da C�mara vai deferir o pedido de impeachment em vez de entregar a decis�o ao plen�rio. Questionado sobre o fato de a oposi��o estar aliada a Cunha apesar das den�ncias graves, o parlamentar respondeu: "O presidente da C�mara � ele, � um fato que a gente n�o pode mudar".
Pol�ticos do PMDB do Rio contr�rios ao impeachment da presidente foram informados ontem de que Cunha poder� deferir o pedido. Apesar de estarem em linha oposta � de Cunha desde que o presidente da C�mara anunciou o rompimento com Dilma, em julho passado, os peemedebistas decidiram evitar ataques ao companheiro de partido.
"N�o vamos jogar pedra", diz um deles, ao comentar as dificuldades de Cunha depois da confirma��o da exist�ncia das contas da Su��a. Os aliados de Dilma no presidente no Rio prometem mobilizar os deputados para rejeitar o impeachment, caso o processo avance.