Bras�lia – O avan�o da Opera��o Lava-Jato sobre o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a comprova��o de que ele movimentou R$ 32 milh�es em quatro contas na Su��a abriram uma disputa silenciosa, e ainda t�mida, pela sucess�o do parlamentar no comando da Casa. O parlamentar nega a posse de dinheiro e empresas offshore no exterior, mas, com a situa��o fragilizada, v� os avan�os de advers�rios e at� de aliados interessados no posto – o segundo na sucess�o presidencial. Os favoritos para ocupar a cadeira, caso Cunha n�o resista, s�o nomes do pr�prio PMDB, mas h� alternativas tidas como mais consensuais em partidos menores, como o PROS. Nomes da oposi��o e independentes tamb�m cogitam posicionar-se na disputa.
Para Ivan Valente (PSOL-SP) e uma fonte ligada � Mesa Diretora, um nome com viabilidade deveria reunir duas caracter�sticas: ser do PMDB e ter bom tr�nsito entre os colegas. O PT tende a apoiar a escolha peemedebista, depois de ver o quanto foram amargas as derrotas por tentar se opor a Cunha na elei��o passada. Mas identificar esse quadro na legenda de Michel Temer n�o � algo simples.
O l�der dos peemedebistas na C�mara, Leonardo Picciani (RJ), se desgastou com a base ao assumir uma posi��o extremamente governista, avaliam os colegas de dentro e de fora do partido. Ele tamb�m queimou a largada ao se dizer pronto para ocupar a Presid�ncia da Casa, durante entrevista. O parlamentar pediu cautela em rela��o ao pedido de cassa��o de Cunha e ao de Dilma. “Ele (Cunha) tem dito que continuar� no cargo”, lembrou Picciani, ontem � tarde. “A bancada defende o contradit�rio e o princ�pio da ampla defesa.” O l�der afirma que a substitui��o de Cunha n�o � discutida oficialmente, mas h� apenas “conversas esparsas”.
Experi�ncia
Primeiro nome na sucess�o de Cunha, o vice-presidente da Casa, Waldir Maranh�o (PP-MA), tem contra si o fato de ser mais um integrante da Mesa Diretora envolvido na Lava-Jato. Segundo Valente, ainda falta a ele experi�ncia com o Regimento Interno da C�mara para conduzir as sess�es em per�odo t�o conturbado. “Ele n�o consegue dirigir uma sess�o: teve uma do Congresso Nacional em que ele se enrolou todo”, narrou. Outra possibilidade seria Lelo Coimbra (ES). O parlamentar cresceu na bolsa de apostas dos colegas, mas despista ao tratar do tema. Jarbas Vasconcelos (PE) � bem quisto pela oposi��o, mas avalia-se n�o ter todo o apoio necess�rio, especialmente na base governista.
Fora do PMDB, as possibilidades giram em torno de Miro Teixeira (Rede-RJ). Por pertencer a um partido independente e ser o parlamentar mais experiente em atividade na C�mara, com 11 mandatos, ele poderia agradar governistas e oposicionistas, e ainda ter o respaldo do tempo de Casa.