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Estado de Minas

Por Dilma, Lula articula para salvar mandato de Cunha


postado em 15/10/2015 07:49 / atualizado em 15/10/2015 08:35

Lula desembarcou na quarta em Brasília e vai se reunir nesta quinta-feira novamente com Dilma(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 28/8/15)
Lula desembarcou na quarta em Bras�lia e vai se reunir nesta quinta-feira novamente com Dilma (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 28/8/15)
Bras�lia - O Pal�cio do Planalto e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva intensificaram nessa quarta-feira, 14, as articula��es para salvar o mandato do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de �tica. A moeda de troca nesse jogo � a garantia de que Cunha n�o avan�ar� nenhuma casa no tabuleiro rumo � abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Lula desembarcou na quarta (14) em Bras�lia e vai se reunir nesta quinta-feira, 15, novamente com Dilma. O ex-presidente quer que deputados do PT fechem acordo com outros partidos da base aliada para barrar a investiga��o contra Cunha, no Conselho de �tica, por quebra de decoro parlamentar.

Um dia depois de o Supremo Tribunal Federal ter concedido tr�s liminares que suspenderam o rito acertado por Cunha com a oposi��o para dar andamento ao impeachment, o peemedebista passou a ser a "noiva" cortejada tanto pelo Planalto como por advers�rios de Dilma no Congresso.

Cunha disse que n�o estendeu a bandeira branca nem vai bombardear o Planalto. "N�o h� nem guerra nem tr�gua. O que h� � que eu tenho de cumprir a minha fun��o. Se minhas decis�es podem significar guerra para uns e tr�gua para outros, � uma quest�o de interpreta��o. At� agora, n�o fiz nada diferente daquilo que falei que iria fazer", afirmou ele.

A pedido do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, o vice-presidente Michel Temer foi acionado para conversar com Cunha e o convidou para um almo�o no Pal�cio do Jaburu, ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Alvo da Opera��o Lava-Jato e enfrentando a acusa��o de possuir contas secretas na Su��a com dinheiro desviado da Petrobr�s, Cunha pede que o governo tire Jos� Eduardo Cardozo do Minist�rio da Justi�a. Dilma resiste � troca de Cardozo, que tamb�m sofre cr�ticas de Lula e de uma ala do PT. Os petistas que se juntaram a Cunha para atacar Cardozo dizem que ele n�o controla a Pol�cia Federal.

"Temer seria um �timo nome para a Justi�a", sugeriu Cunha, na semana passada. Na tarde de ontem, ele garantiu que n�o tocou no assunto com o vice nem fez exig�ncias para o acordo com o governo.

N�o escondeu, por�m, a irrita��o com o fato de 34 dos 62 deputados da bancada do PT terem assinado requerimento protocolado pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade, pedindo a cassa��o de seu mandato.

Muitos dos que subscreveram o documento integram a corrente Mensagem ao Partido, grupo de Cardozo no PT. Se o Conselho de �tica aprovar a cassa��o de Cunha, o plen�rio decidir� o seu destino - ele precisa de 257 dos 512 votos de seus colegas para resistir.

'Boa vontade'

Ainda na quarta, no almo�o com Temer e Renan, Cunha n�o usou meias palavras: avisou que tanto poderia acelerar a abertura do impeachment de Dilma como aguardar outro entendimento do Supremo.

"Se eu for bem tratado, pode ser que tenha boa vontade com o governo, mas, se n�o for, posso tomar minha decis�o mais r�pido", disse o presidente da C�mara. "Estejam certos de que n�o vou renunciar. Podem tirar o cavalinho da chuva."

Cunha prometeu recorrer da decis�o do Supremo, que freou sua tentativa de conferir um rito especial ao processo de impeachment. A oposi��o, capitaneada pelo PSDB do senador A�cio Neves (MG), apresentar� novo requerimento solicitando o afastamento de Dilma, sob o argumento de que a equipe econ�mica tamb�m fez manobras cont�beis, conhecidas como "pedaladas fiscais", neste ano, e n�o apenas em 2014.

O governo avalia que o impeachment perdeu for�a depois das liminares concedidas pela Justi�a. Em conversas reservadas, por�m, ministros dizem que Cunha � uma "fera ferida" e n�o se pode confiar nele, que tem o poder de dar o pontap� para a abertura da a��o contra Dilma. Mesmo assim, todos imp�em limites para um acordo com Cunha.

"Na quest�o pol�tica � poss�vel a negocia��o, mas na �rea jur�dica, n�o. Al�m disso, nem Cardozo nem Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) s�o entreg�veis", comentou um auxiliar direto de Dilma, embora muitos apostem que o ministro da Justi�a saia no fim do ano.

"Alguns deputados do PT t�m dado opini�es que n�o traduzem a posi��o oficial do partido", insistiu o l�der do governo na C�mara, Jos� Guimar�es (PT-CE), numa refer�ncia ao requerimento assinado por petistas, pedindo a degola de Cunha.

A meta de Lula, agora, � impedir que o Conselho de �tica, formado por 21 integrantes, vire as costas para o presidente da C�mara. O bloco comandado pelo PMDB no colegiado tem 9 deputados e o liderado pelo PT, 7. Articuladores pol�ticos do Planalto calculam que Cunha j� tenha maioria para impedir a investiga��o. Se ele perder o mandato, no entanto, perde tamb�m o foro privilegiado e pode at� ser preso, caso vire r�u no Supremo e seja condenado.

Ao avaliar ontem que ser� "quase imposs�vel" votar no Congresso, neste ano, a nova Contribui��o Provis�ria sobre Movimenta��o Financeira (CPMF) e a prorroga��o da Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU), dois pontos fundamentais para o ajuste fiscal, Cunha tamb�m disse que o governo precisa se empenhar "muito mais" para recompor sua base aliada. As negocia��es em curso envolvem distribui��o de cargos no segundo e terceiro escal�es.


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