Bras�lia - A C�mara dos Deputados pretende encerrar esta semana os trabalhos da CPI da Petrobras, em meio ao surgimento de novas den�ncias sobre o suposto envolvimento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no esquema de corrup��o na estatal.
Por ora, apenas um dos quatro sub-relatores da CPI ainda n�o concluiu seu relat�rio. Os textos ser�o usados por Luiz S�rgio para formatar o parecer final. De acordo com o deputado, o texto trar� "sugest�es de aprimoramento" � estatal. A CPI pode sugerir ao Minist�rio P�blico que indicie personagens que fizeram parte das apura��es feitas pelos deputados. Essa prerrogativa, entretanto, n�o ser� usada pelo relator. "� um processo em que as pessoas j� est�o condenadas, sentenciadas, � o inverso das outras CPIs", justificou o petista.
O relator � um dos defensores do fim dos trabalhos. "A CPI da Petrobras trouxe o (Aldemir) Bendine na semana passada, que � o presidente da companhia, mas o qu�rum era baixo, o interesse era pequeno. O que grande parte dos parlamentares tem interesse � numa discuss�o que vai ser travada no Conselho de �tica", disse, ao argumentar que j� h� um processo contra Cunha no conselho. "N�o s� o Eduardo Cunha, mas todos os outros parlamentares citados que se transformarem em r�us aquele f�rum vai discutir".
Questionado se n�o seria inadequado finalizar a CPI em plena investiga��o do Minist�rio P�blico, o petista afirmou que n�o cabe � comiss�o servir de caixa de resson�ncia do que acontece diariamente nas apura��es sobre a estatal. "A� ter�amos uma CPI permanente? Correr�amos sempre atr�s?", disse.
Cunha
Dominada pela oposi��o e pelo PMDB, a comiss�o blindou Cunha e focou no PT e no governo Dilma Rousseff. Nenhum parlamentar citado nas investiga��es foi alvo de convoca��o. O �nico depoimento do tipo, feito por iniciativa pr�pria, foi o do presidente da Casa. Em mar�o, Cunha esteve na comiss�o, recebeu elogios de colegas da base e da oposi��o, fez uma s�rie de ataques ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e negou a exist�ncia de contas banc�rias em seu nome na Su��a ou outros para�sos fiscais.
Com o surgimento de evid�ncias de que Cunha usou contas na Su��a alimentadas por recursos provenientes da Petrobras, aliados do peemedebista agora n�o fazem mais esfor�os para estender a investiga��o parlamentar.
Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Cunha disse que n�o faria coment�rios a respeito. A interlocutores, no entanto, afirma ser "indiferente" � prorroga��o da CPI. Segundo ele, basta que a comiss�o vote um requerimento pela manuten��o dos trabalhos e o envie ao plen�rio ou mesmo que l�deres partid�rios apresentem um pedido de urg�ncia para que a solicita��o seja votada.
Em quase oito meses de atua��o, ap�s duas prorroga��es, a CPI conseguiu evoluir pouco no que j� havia sido encontrado por outros �rg�os. Um exemplo est� no fato de a maioria dos representantes de empreiteiras envolvidas na Opera��o Lava Jato que foram chamados � comiss�o ter levado autoriza��o da Justi�a para n�o falar durante as sess�es.
A CPI se envolveu em v�rias pol�micas, entre elas a contrata��o da empresa de espionagem Kroll para investigar delatores da Lava Jato, entre eles o executivo J�lio Camargo, que fez acusa��es contra Cunha. Al�m disso, tentou convocar advogada Beatriz Catta Preta, que defendia v�rios desses delatores.
Com a aproxima��o do prazo final e sem grandes movimenta��es para que haja prorroga��o, o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-RJ), aliado de Cunha, j� encerrou o cronograma de oitivas. A previs�o, ap�s a leitura do relat�rio, aponta para que o texto seja votado pelo colegiado na quinta-feira.
Motta afirma que comiss�o cumpriu seu papel at� o momento. "Escutamos cerca de 150 pessoas, fizemos compartilhamento de documentos e quebra de sigilos", disse.
O deputado, por�m, diz concordar com os argumentos de que seria positiva a prorroga��o das atividades. Apesar de n�o ter autonomia para prorrogar a CPI por conta pr�pria, o deputado tenta se distanciar de especula��es sobre uma poss�vel prote��o a Cunha com o fim da CPI. "Sou amigo do presidente (Cunha), mas tem duas semanas que n�o falo com ele para evitar ila��es." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.