
Bras�lia - A oposi��o questionou nessa quinta-feira, 22, a isen��o de senador Acir Gurgacz (PDT-RO) na relatoria do processo que avaliar� as contas de 2014 do governo, que foram reprovadas pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). Senadores apontam proximidade do relator com a base aliada e argumentam que, no plen�rio e nas comiss�es, ele sempre vota sob orienta��o do governo, ainda que em desacordo com outros integrantes do partido. Segundo relatos, seria um "governista cego".
Para o l�der da oposi��o, senador �lvaro Dias (PSDB-PR), n�o houve isen��o na escolha. "� o sistema vigente, o governo tem maioria no Congresso e faz as indica��es que melhor atendem ao seu interesse", avalia.
O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) disse ser natural que fosse indicado um aliado. "� natural que a Rose de Freitas, integrante da bancada do PMDB, que participa do governo, indique um senador aliado. Seria estranho se ela indicasse um senador da oposi��o", afirmou Paulo Bauer (PSDB-SC), que tamb�m faz parte da comiss�o de or�amento.
Crit�rios
Gurgacz � l�der do PDT e vice-l�der do bloco de apoio ao governo. Bauer acredita que a indica��o de Acir tenha cunho pol�tico, e n�o t�cnico, e garantiu que ir� acompanhar de perto o encaminhamento do processo das contas. "Como senador da oposi��o, vou debater e questionar letra por letra, n�mero por n�mero, qualquer argumento que o governo apresente", afirmou.
Humberto Costa (PE), l�der do PT, defendeu a imparcialidade do relator e afirmou que a decis�o tranquiliza o governo, n�o por um eventual parecer favor�vel, mas por sua atua��o isenta, que ele caracterizou como "sem paix�es". "N�o poderia haver uma escolha melhor. Ele tem ampla experi�ncia em quest�es or�ament�rias e n�o vai cumprir tarefa para o governo ou para a oposi��o", defende.
H� quem acredite, entretanto, que o senador n�o ter� tempo h�bil para relatar o processo. Ao final do ano, os parlamentares que hoje integram a comiss�o de or�amento s�o substitu�dos. Como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concedeu prazo de 45 dias para que o governo apresente sua defesa, o processo s� deve chegar �s m�os do relator ap�s o dia 5 de dezembro. "Acho a indica��o (de Gurgacz) in�cua. Independente de seu posicionamento, ele n�o ter� tempo para cumprir com a relatoria", argumenta C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB).
O relator, por sua vez, deixou claro que a substitui��o de parlamentares na comiss�o s� acontece em mar�o de 2016 e expressou vontade em terminar a relatoria antes disso.
